Biodiversidade

Biodiversidade

Alina Souza

Parque Moinhos de Vento

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De reflexos vamos vivendo. E o meio ambiente também. Afora a estreiteza do acaso, tudo tem causa e consequência, ação e reação, enlaces, encaixes. Partes que se articulam na arte da composição, elos do ecossistema fortemente vinculados de modo que nada possa ser isolado: somos interdependentes. Em cada recorte de espaço, há de se ter cuidado. O lixo jogado aqui ou acolá de alguma forma transbordará. A terra desmatada trepida a existência, seca o ar. A fauna extinta fragiliza o equilíbrio das demais espécies. Toda gota é imprescindível para a fluidez vital. De nada adianta a construção de arranha-céus, indústrias e máquinas se não temos uma atmosfera pura para respirar. Também não bastam mínimos pedaços verdes feitos apenas para parecer consciência ambiental. A natureza observa e, dela, tudo reverbera. Quando o mundo adoece é sinal que algo falha nessa corrente. Seria possível trazer aqui diversas imagens de poluição e ataques à biodiversidade. Mas agora prefiro me deter na harmonia que resta. Observar como os elementos estão intrinsecamente ligados e repercutem energia — vitamina necessária para que a multidão se liberte brevemente dos frascos, do aço, dos plásticos e, diante dos reflexos, consiga refletir.


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