Filhotes

Filhotes

Alina Souza

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Há o cansaço depois de uma intensa cobertura jornalística da Expointer, mas há também uma agradável sensação de identificação e afetividade com os animais, sensação esta que deixa a vida mais leve e bem humorada. Lembro dos professores de ciências que explicavam que o traço o qual nos distinguia das  demais espécies era a racionalidade. Racionais? Nem tanto, às vezes as emoções gritam mais alto. Temos nossos instintos, manifestações naturais de permanência, amparo e amor. Não pensamos duas vezes na hora de defendermos nossos filhos, afugentarmos o perigo, evitarmos a dor. Eu vi mães de todos os tipos no Parque de Exposições Assis Brasil, apreensivas em garantir a proteção de seus filhotes. Eu vi filhotes saltitando em busca do prazer da liberdade. Grandes campeões concentrados em matar a fome e/ou desejosos de instantes de sono. Eu me vi neles. Eles — talvez — tenham se visto em mim também. Ora, não somos assim tão distintos, tão “superiores”. Estamos conectados pela natureza, lutamos pela sobrevivência fora das sombras do abandono.


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