Natal

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Num desses dias de Porto Alegre tórrida, fui fotografar as obras na Av.Tronco. Em meio ao calçamento inacabado, vi enfeites natalinos confeccionados com garrafas PET, pneus e a simplicidade de uma comunidade unida em busca de celebração. Desloquei-me até aquela atmosfera do boneco de neve e esqueci brevemente os 36°. Não era um pinheiro gigante, com casa do Papai Noel no interior, não havia luzes e adereços dourados. Justo pela singeleza, a instalação de Natal brilhou para mim. Autêntica, original. Sustentável. Feita pelo povo e para o povo. Na rua de todos. Pensei na esperança dos moradores. Na dedicação e carinho empenhados ao longo do processo de montagem. Tenho certeza que observei apenas uma ponta. Por trás das aparências, sempre existem histórias, sentimentos. Diante deste trabalho coletivo, reciclei ideias. Não é demais lembrar que a data comemorativa vai muito além dos objetos. O que se depreende deles é o valor simbólico. São apenas pano de fundo. Pretexto para brindar o amor. O maior presente é desatar as fitas, encontrar a vida que cintila, pura e criativa. E salta sôfrega na alçada da imaginação.
(Texto e fotos: Alina Souza)


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