Outras vias

Outras vias

Alina Souza

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Siga livre, apesar dos padrões, julgamentos e  preconceitos. Siga livre, apesar da realidade que oprime. Apesar dos muros da cidade, das grades de nossas casas, da insegurança e do próprio desconhecimento acerca da dimensão da liberdade. Siga livre em meio à enxurrada de palpites. Siga livre sob a ditadura do não-parecer-triste. São tantas camadas ásperas até chegarmos à sensação de libertação. A placa avisa, imperativa, como se fosse algo fácil. Quem dera. Deve ser um sinal. “Seguir tentando”, talvez esteja implícito na frase. Uma indireta para apreciarmos os espaços de respiro entre um compromisso e outro, os fragmentos vívidos dispersos ao longo do caminho, o tempo que transita e nos habita. Fazer de tudo para fugir dos congestionamentos de qualquer ordem, buscar alternativas que nos desloquem. Ao darmos ouvidos à ira das buzinas, trancamos o fluxo, ficamos presos em nossas próprias explicações. Viramos réus de um crime inventado, assumimos uma culpa que não nos pertence. Há outros trilhos mergulhados na calmaria, oportunidades para derrubarmos a pilha de regras e deixarmos fluir a força que nos liberta.


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