Profusão

Profusão

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Se atravessássemos a pele, veríamos mais que células: aquarela. Tantas cores vibrantes, outras esmaecidas, contrastes que se unem, cristais que se dissolvem. Nenhum tom nos define por si só. Somos a paleta inteira. Mistura. Diversidade. Estilo sem formatação. A lucidez deixa os traços mais suaves. Enquanto que, movidos por paixões, os pincéis tocam fortemente a tela, a pintura se estende para além dos limites. Intensa. Autêntica. Já a resignação deixa quase tudo branco, mudo. Passamos por todas estas fases em um só corpo, em uma só vida. Composição. Que vai além. Encontra a mão do outro. Família, amigos, amores. Novas formas e matizes. A pintura cresce, profusa, sob o retoque de vários autores. Convivências. Surgem pontos em comum, mas também diferenças. Belas, lado a lado. No mesmo quadro. Caso ele despenque da parede devido à ventania ou desbote em razão do tempo, calma, não é problema. Lá dentro temos criatividade e persistência suficientes para pincelar o recomeço.
Texto e fotos: Alina Souza


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