Um basta à culpa

Um basta à culpa

Alina Souza

A culpa nunca é da vítima.

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Com licença, preciso falar de um tema delicado, urgente. Incisivo. A violência contra as mulheres e a posterior inversão de atribuição da culpa. Por favor, tirem os julgamentos do nosso caminho. Não raro as atenções recaem sobre o comportamento feminino ao invés de se deterem nas atitudes dos agressores. Persistem os discursos que tentam deslocar a responsabilidade de quem cometeu um crime para a própria vítima. Um espinho a mais na alma já ferida.

Parte da sociedade preserva frases do tipo “ela escolheu o homem errado”, “ela vestiu roupas curtas”, “ela saiu muito tarde”, enquanto o mais sensato seria questionar as motivações interiores que levaram o homem a cometer uma agressão. Afinal, ele é dono de si, responde por seus atos, ninguém comanda a sua mente. Ora, condenem o ódio, a hostilidade, a injustiça, e não a nossa força, independência, desejo profundo de ir atrás das conquistas pessoais e coletivas. Não deixaremos triunfar o silêncio, tampouco a impunidade.

 


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