Comerciantes reclamam de proibição de desembarque de produtos na Doca das Frutas

Comerciantes reclamam de proibição de desembarque de produtos na Doca das Frutas

Correio do Povo do dia 25 de fevereiro de 1921, sexta-feira, noticiava:

Renato Bohusch

Docas das frutas.

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O desembarque de generos na doca 

A intendencia municipal acaba de prohibir o desembarque de generos na doca. Essa medida, ao que se allega, tem por fim evitar a accumulação de detritos, que com as chuvas entram em decomposição, exhalando um máo cheiro insupportavel. Contra esse acto da Intendencia, têm surgido reclamações do commercio em geral, pois devido á exiguidade de trapiches e depositos para os generos coloniaes, estes são desembarcados com muita difficuldade, causando assim, a prohibição de descargas na doca, prejuizos não pequenos. 
NR. A Antiga Doca das Frutas, era localizada onde hoje temos o Terminal Parobé ao lado do Mercado Público. Na época, era neste local que chegavam os barcos com frutas e verduras para serem comercializados aos porto-alegrenses. As mercadorias tinham origem de vários locais, principalmente das ilhas.

DIVERSAS

Mausoléo ao dr. Barros Cassal - No cemitério da Santa Casa já se acha installado o mausoléo erigido em memoria do dr. Barros Cassal. Esse trabalho foi executado nas officinas do sr. Fernando Geber, assim como o busto do extincto politico. O referido mausoléo, que já foi entregue á familia Barros Cassal, foi mandado construir com donativos angariados pela commissão central, constituida dos srs. dr. Julio Azambuja, Francisco Miranda e Octaviano de Borba. Tendo os dois primeiros desses membros transferido residencia para o Rio de Janeiro, foram, então, substituidos na commissão pelo dr. Antão de Faria. A mesma commissão, que agora dá por terminados os seus trabalhos, foi a que tambem se encarregou da trasladação dos restos mortaes do dr. Barros Cassal, do Estado de Matto Grosso para esta capítal. Sob sua fiscalisação foram feitos os trabalhos do mausoléo.

Dia feriado - Hontem, foi dia feriado em commemoração á promulgação da Constituição da Republica. Em todos os edificios publicos e tambem em alguns particulares, foi hasteado o pavilhão nacional. Nas repartições e nos bancos, não houve expediente. Em vista do convenio estabelecido ha dias, pelo commercio varejista local, este fechou suas portas ao meio dia.

Objectos perdidos - Estão depositados no escriptorio desta folha: uma luva de seda, encontrada pelo major Orlando Motta; uma medalha com a photographia do edificio do Club Caixeiral, de Pelotas, deixada na gerencia.

TELEGRAMMAS

Companhia de loterias catharinense

Florianopolis, 24 - O sr. Angelo La Porta oganisou com o sr. Manoel Visconti, proprietario do Hotel Itamaraty, do Rio, uma companhia para extracções de loteria catharinense que começará a funccionar em abril.

Campanha contra os cabarets

S. Paulo, 24 - Os jornaes referem-se elogiosamente ao acto do governo de Minas Geraes mandando fechar todos os cabarets existente em Bello Horizonte e obrigando as mulheres da vida airada que se dizem artistas a procurar trabalho ou retirar-se da capital mineira. A tal respeito, a policia daqui age, igualmente, com grande energia.

A Constituição do Estado

S. Paulo, 24 - De accordo com o dispositivo constitucional que manda rever, de dez em dez anos, a Constituição do Estado, caso seja necessario, reunir-se-á hoje o Congresso Paulista.

Os melhoramentos de S. Paulo

S. Paulo, 24 - Foi hontem lançada a pedra fundamental do primeiro predio da avenida Independencia. A esse acto, assisitiram as autoridades.

Novo jornal - Appareceu hoje, o primeiro numero do jornal “O Dia”, matutino dirigido pelo jornalista Azevedo do Amaral.

A grafia da época está preservada nos textos acima

CRONOLOGIA

O dia 25 de fevereiro na história

1888 - Criação do Instituto Pasteur, pela Santa Casa do Rio de Janeiro.
1891 - Constituinte elege Deodoro presidente.
1935 - Lumiére apresenta em Paris uma sessão de cinema em relevo.
1945 - Morre o escritor Mário de Andrade. 
1956 - Nikita Kruschev denuncia crimes de Stalin, na URSS.
1996 - Morre o escritor e jornalista Caio Fernando de Abreu. 


Mais Lidas





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