Grêmio, Inter e o bonde da história

Grêmio, Inter e o bonde da história

Grêmio e Inter têm obrigação de tratarem do assunto SAF

Americanas anunciou inconsistência contábil de R$ 20 bilhões

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Poderia abrir com Grêmio e Ypiranga, que neste sábado decidem o Gauchão.

Pouco acrescentaria ao que já foi dito.

Vai algum tempo o presidente do Conselho Deliberativo do Grêmio, Carlos Biedermann, nomeou uma comissão especial para estudar o tema do momento, o clube/empresa.

Torpedeado, se apressou em garantiu não haver nenhuma possibilidade do Grêmio virar uma SAF (Sociedade Anônima do Futebol). Pelo menos no momento.

É uma obrigação de Grêmio e Inter tratarem do assunto. Pode ficar tudo como está, seguindo o modelo atual, mas desconhecer aquilo que surge como modernidade seria uma irresponsabilidade.

Cesar Grafietti, economista, especialista em gestão & finanças do esporte, escreveu o que segue para a coluna InfoMoney.

“Estamos num período em que se fala sobre SAFs (Sociedades Anônimas do Futebol), criação da liga, entrada de investidores, reestruturação de passivos. Possibilidades de grandes mudanças em direção à modernidade.

Sim, modernidade. O romantismo pelo “futebol raiz” é muito bonito nas postagens de redes sociais, nas lembranças de grandes partidas no estádio da Rua Javari, na memória dos Gols do Fantástico em partidas jogadas em campos que hoje nem na várzea são aceitáveis. Mas fica por aí...”

Agora, o mais importante: “O que um investidor precisa saber é algo que podemos chamar genericamente de “ambiente de negócios”. E aqui podemos resumir o que é isso em quatro pilares:

– Localização: assim como no setor imobiliário, estar bem localizado em termos econômicos e geográficos é fundamental. Cada modelo de negócios tem um perfil regional e econômico adequado.

– Torcida: não é o número da pesquisa que conta, mas o relacionamento e seu perfil. Não dá para dizer que um clube com 10 milhões de torcedores tem este mesmo número de consumidores. Há inúmeros outros aspectos qualitativos que transformam estes 10 milhões em números bem menores. Precisamos partir dele, mas é fundamental saber o que os transforma em receitas, e como.

– Demonstrações Financeiras: qual o perfil do clube? É desequilibrado e precisando de dinheiro para sobreviver ou é um clube bem-posicionado, e que com dinheiro pode dar saltos relevantes de competitividade? São coisas completamente diferentes, com riscos e oportunidades diferentes.

– Ambiente Político: com quem você está lidando? Qual o perfil da associação? As pessoas estão dispostas a renunciar a poder e status? Qual o grau de confiabilidade? Qual o relacionamento e dependência do clube em relação a agentes? 

Sem entender minimamente isso, o que acontecerá é a repetição de erros do passado, baseados mais no achismo que na capacidade.”

Sou contra a SAF. E daí? Acho que em breve serei rotulado de saudosista.


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