Lex Luthor vermelho

Carlos Corrêa / Interino

Ontem, foram eleitos os presidentes da Câmara e do Senado. A julgar a Internet, contudo, nenhum dos escolhidos tem o mesmo poder que um velho conhecido dos gaúchos: Francisco Novelletto. Em um ambiente tomado cada vez mais pelo negacionismo e onde cada um escolhe a verdade que mais convém, tem sido lugar comum atribuir a liderança do Inter no Brasileirão não aos méritos do time, mas ao ex-presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), hoje um dos oito vice-presidentes da CBF. Se o Inter for campeão, terá sido culpa do “Esquema Novelletto”. Pênalti a favor? Esquema Novelletto. Os adversários diretos perdem? Esquema Novelletto. Só não vê quem não quer. Fosse verdade, seria o dirigente uma das mentes mais engenhosas e estratégicas do país. Um Lex Luthor de vermelho e branco. Veja bem, mesmo diante de clubes muito mais ricos como Flamengo e Palmeiras, Novelletto sozinho, estaria influenciando não apenas a comissão de arbitragem, como também a CBF (passando por cima do presidente e dos sete demais vices) e, dependendo da versão, a Globo e, pasmem, até o Governo Federal. Todos envolvidos na grande conspiração para o Inter quebrar o jejum. Está na cara. Só não vê quem não quer. Ou quem ainda resiste à ameaça do negacionismo.