O tsunami coronavírus

O tsunami coronavírus

Como ficará o futebol no RS

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Conversei com o vice-presidente do Inter, Alexandre Chaves Barcellos. Para saber como o clube enfrentará financeiramente o coronavírus. A Libertadores está suspensa, assim como o Campeonato Gaúcho. 
"Fazer qualquer previsão agora é um exercício de futurologia. Não se sabe até quando os campeonatos irão parar. Poderemos ter inadimplência de sócios, pois não há futebol."
O clube pensa em tomar medidas neste sentido. Como compensar o tempo sem jogos no Beira-Rio. Não contando este período. Exemplo: com parada de dois meses, o contrato do sócio se estenderia por mais dois meses no final.
O Gre-Nal do dia 21 pelo segundo turno do regional seria no Beira-Rio. Está suspenso. O último Gre-Nal, pelas semifinais do turno do regional, deixou R$ 1.369.495,00.
Os jogos diante do América de Cali e Grêmio pela Libertadores renderiam R$ 10 milhões só de cota da TV. Mais cerca de R$ 4 milhões de bilheteria. Barcellos: "É um impacto violento para todos os clubes do mundo".
Ele não sabe como ficará a questão do pay-per-view. E tem convicção de que não será desta vez que o Inter venderá um jogador. A janela de transferência abre em julho e a Europa vive uma situação caótica do que o Brasil no momento.
O Inter fechou o Beira-Rio. Só ficaram funcionários de plantão.
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Nesta sexta-feira acontece, provavelmente por videoconferência, uma reunião entre o presidente da FGF, Luciano Hocsman, e o Sindicato de Atletas Profissionais (com seus respectivos advogados) para tratar dos contratos dos jogadores profissionais de todas as divisões do futebol gaúcho. Provavelmente também por videoconferência haverá reunião da FGF com os presidentes da divisão de acesso. Já havia dificuldade em pagar em dia a folha salarial. Sem futebol, a situação inviabilizará algumas agremiações.
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O Gre-Nal pela semifinal do Gauchão rendeu R$ 136 mil para a FGF (10% líquidos da bilheteria). Com os jogos do Inter pela Libertadores diante do América de Cali, o Gre-Nal, mais o clássico do returno do regional, a entidade esperava faturar perto dos R$ 500 mil. Por enquanto este dinheiro não entra mais e não se sabe quando voltará a entrar. Luciano Hocsman está preocupado em como pagar os funcionários da entidade e na manutenção da sede.
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A partida entre Grêmio e Universidad Católica, pela quinta rodada da Libertadores, estava marcada para às 19h15min do dia 21 de abril na Arena. O site do Grêmio apontava um show do Metallica na mesma data na mesa Arena. Romildo Bolzan garantiu que a partida seria realizada. O coronavírus terminou com o impasse. Não haverá jogo nem show.
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Do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta: "Nós estamos imaginando que vamos trabalhar com números ascendentes abril, maio e junho. Vamos passar de 60 a 90 dias de muito estresse, para que quando chegarmos em julho, a gente imagina que entre em um platô, agosto, setembro a gente deve estar voltando. O mês de abril e o mês de maio serão meses de elevação, em que medidas de restrição poderão ser utilizadas".
A FGF está preparada para prorrogar o recomeço do regional. No dia 16, a entidade suspendeu todos os campeonatos por 15 dias. Luciano:"Estamos em contato com o governo e as agências sanitárias. Haverá uma reunião com a direção da CBF para saber que caminhos tomar. Não há como antecipar nada. Temos que tocar o barco um dia após o outro."
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A loja GrêmioMania localizada na Arena fechou suas portas temporariamente ontem por causa do coronavírus. Vendas só pelo site. A loja recebia mais de mil pessoas em dias de jogos e cerca de 300 torcedores em dias normais. 
Pelo noticiário, acho que dificilmente teremos a volta do futebol pelos dois, três meses. A TV talvez tenha que renegociar cotas com os clubes e com os próprios patrocinadores. Nem imagino como sobreviverá o já debilitado futebol do Interior do RS. Imagino que Inter e Grêmio terão que refazer suas projeções orçamentárias. A temporada está seriamente comprometida.


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