Autógrafos de Getúlio no Brique da Redenção, ou eu, o pagador de micos
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Isso me obriga a ser criativo.
Preciso inventar novas formas de pagar mico.
Uma das mais seguras e eficientes é fazer sessões inesperadas de autógrafos de meus livros.
Por exemplo, flash mob de autógrafos.
De repente, estou lá.
Quase de repente.
Neste domingo, entre 11 e 12 horas da manhã, pagarei mico no tradicional Brique da Redenção, em Porto Alegre.
Autografarei, em homenagem aos 130 anos do nascimento de Vargas, meu romance "Getúlio".
Na banca do Marcelo, a primeira do Brique, na esquina da José Bonifácio com a João Pessoa.
Cada exemplar custará R$ 10.
A minha meta é autografar três livros.
Se bombar, chego a cinco.
Em caso realmente extraordinário, jamais acontecido comigo em micos, bato nos nove autógrafos.
Tudo porque não sou Gabriel, o pensador.
Ele vai ser patrono da Feira do Livro de Bento Gonçalves.
Cachê: R$ 170 mil. Dois mil exemplares vendidos para distribuição nas escolas.
Eu ia por, digamos, R$ 169 mil.
Mas, se insistissem, aceitava R$ 1.690,00 e ainda entregava cem livros para distribuição.
Eis a diferença: o Gabriel, embora não pareça, é pensador.
Cada um no seu quadrado. Meu negócio é pagar mico e correr para o abraço.
Se autografar um livro, já me darei por satisfeito.
Se nem isso acontecer, tenho minhas cartas na manga.
Pagar mico é comigo.
Pago mico voluntariamente.
E ainda agradeço.
Conto com vocês nem que seja para testemunhar o mico.
Assim, quem sabe, posso registrá-lo no Guinness.
Não fiquem com pena de mim.
Nem venham com frases condescendentes do tipo "tu ainda vais chegar lá".
Sou um pagador de micos feliz da vida.
É a minha missão.
Paulo Coelho fez o caminho de Santiago.
Pegou o ônibus para a última etapa.
Eu sou o pagador de micos purista.
Vou a pé carregando a caixa nas costas.
Se ninguém estiver espiando, pego um táxi.
Até amanhã.