Bolsonarismo rosna em Gramado

Bolsonarismo rosna em Gramado

Artistas foram agredidos por adeptos do presidente

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O Festival de Cinema de Gramado foi político.

Começou com a exibição de Bacurau, filme de Kleber Medonça e Juliano Dornelles, metáfora do Brasil atual, uma cidade do sertão acossada por interesses estrangeiros e um prefeito esquisito, oportunista e lunático, para dizer o mínimo.

Teve a exibição do longa Legalidade, que conta a resistência ao golpe contra João Goulart, em 1961, depois da renúncia do Bolsonaro da época, Jânio Quadros.

Artistas fizeram manifestações contra a vontade explícita de censurar obras culturais do governo federal.

Houve abraço simbólico ao Kikito, símbolo e troféu do Festival.

No sábado, no tapete vermelho, artistas entoaram um cântico contra a censura.

Foram rebatidos por gritos de "viva o mito" e "fora, vagabundos".

Pedras de gelo foram arremessadas contra os artistas.

A Amazônia arde. O bolsonarismo não vê a realidade.

A fumaça das queimadas deve cobrir-lhes a visão.

Avançamos para trás.

Em breve, estaremos no tempo em que filmes como "Os sete gatinhos", baseado na obra de Nelson Rodrigues, faziam autoridades comprometidas com a ditadura abandonar a sala de projeção. A arte devia ser patriótica.

O problema é que a verdade não se perfilava nem batia continência.


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