Diário da quarentena (1)

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O cotidiano em tempos de coronavírus

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Primeiro era uma coisa distante. Um caso na China.

Depois, uma epidemia que desembarcou na Europa.

Em seguida, uma pandemia global.

Primeiro eram casos de pessoas desconhecidas.

Depois, nomes famosos surgiram entre os infectados.

Em seguida já eram nomes de autoridades e de conhecidos.

O medo cresceu. Chegará a familiares, amigos ou a si mesmo?

Antes das seis da manhã, fomos a uma farmácia tentar a vacina contra o influenza.

Melhor estar protegido contra um perigo para não confundir doenças e entrar em pânico. Ruas vazias. Não havia mais vacinas. Na volta, um homem começou a tossir freneticamente atrás de nós. Apertamos o passo. Ele continuou.

Era uma brincadeira de terrível gosto.

O homem tossia mais e mais apertávamos o passo.

Sintoma de um medo pavaroso que torna cada um suspeito.

A peste é uma doença que torna todos solitários e ameaçadores.

 


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