General traiu Jango por dólares?

General traiu Jango por dólares?

O presidente em exercício sancionou a lei hoje

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O PREÇO DE KRUEL

Por Christopher Goulart

Vereador Suplente de Porto Alegre


O General Amaury Kruel se vendeu e traiu o Presidente Jango não por convicções ideológicas, mas sim por dólares americanos. Este é o teor da grave denúncia que o Instituto Presidente João Goulart recebeu do então Major do Exército Erimá Pinheiro Moreira, esclarecendo em detalhes as motivações que levaram o General a mudar de posição em menos de 12 horas e apoiar a tal “Revolução de 64”. Seu depoimento está postado no site www.institutojoaogoulart.org.br.

Amigo pessoal e compadre do Presidente Jango, o Comandante do II Exército em 1964 aparece na história brasileira e particularmente no período que envolve os bastidores do golpe civil-militar como um dos maiores traidores, entre tantos outros verdadeiramente subversivos que traíram Constituição Federal. A denúncia recebida e aqui divulgada contraria frontalmente àqueles que ainda hoje acreditam que a tal “redentora” tinha princípios patrióticos e nacionalistas. O dólar falou mais alto.

O denunciante Major Erimá, que servia no Hospital Geral de São Paulo em 31 de março de 1964 sob as ordens do então Comandante do II Exército, é hoje anistiado como Tenente Coronel Farmacêutico. Erimá era também proprietário de um laboratório farmacêutico particular, próximo ao hospital e da sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. Segundo ele, foi exatamente no seu laboratório particular que ocorreu o encontro entre as malas de dólares, o General Kruel, e Raphael de Souza Nochese, Presidente da FIESP na época. Os dólares seriam provenientes do Governo dos Estados Unidos e iriam diretamente para o bolso do General vendido.

O desfecho desta vergonhosa história? Kruel virou fazendeiro com as fazendas que comprou na Bahia e ingressou para a Reserva das Forças Armadas. Passados Cinqüenta anos do golpe civil-militar, tal denúncia será encaminhada à Comissão Nacional da Verdade para que a população brasileira conheça mais um dos detalhes vexatórios que constam por trás das cortinas que protegem a mentira.

Em nome da memória, verdade e justiça, nosso país precisa passar a limpo seu passado inglório. Ninguém desconhece que a história nos foi violentamente usurpada por quem se julgou vitorioso durante vinte e um anos. Porém, poucos sabem que estes mesmos “vitoriosos” nunca aprenderam a lição de Salvador Aliende, que nos ensina: “A história não se detém nem com a repressão nem com o crime”.

 

 

 

 

 

 









 

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