Lava Jato queria usar Lula como troféu
Transferência era golpe de propaganda
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Até as aves de Curitiba sabem que Lula é o grande troféu da Lava Jato.
A sua condenação permitiu a consagração de Sérgio Moro e Deltan Dallagnol.
A operação garimpou as delações necessárias para lavantar o caneco.
Sem Lula preso não haveria ministério para Sérgio Moro.
O conceito de prova foi devidamente ressignificado para a ocasião.
O Ministério Público serviu-se de métodos heterodoxos para chegar ao seu fim.
Aplicou-se a Teoria do Vazamento Controlado para a mídia parceira.
Manipulou-se a opinião pública sequiosa de moralidade.
Deltan Dallagnol pretendia moralizar o país por linhas tortas.
Pretendia derrubar ministros do STF e impor a sua lei.
Sérgio Moro era cúmplice na missão de reformar o país por meios alternativos.
A transferência de Lula para Tremembé tinha um objetivo: a foto.
O ex-presidente entrando num presídio comum.
Essa imagem de humilhação desviaria a atenção dos malfeitos da Lava Jato.
Lula é inocente? Não sei.
No caso Triplex a sua culpa foi provada? Não.
A prova, como se sabe, seria a falta de provas.
A Lava Jato foi uma excelente ideia que se perdeu pelo caminho em função da vaidade dos seus agentes. Eles não eram imparciais investigadore se juízes.
Eram homens altamente ideologizados e determinados a atingir uma meta: liberar o Brasil do comunismo, devolver a nação aos "homens de bem", agir politicamente.
O ponto culminante, a prova da prova das más intenções de Sérgio Moro, foi a liberação, seis dias antes do segundo turno da eleição presidencial, de uma delação requentada do petista Antonio Palocci, para influenciar no pleito. O próprio Moro considerava a delação fraca, como mostra as revelações do site The Intercept.
A segunda confissão de Moro foi aceitar prontamente o cargo de ministro no governo do presidente que beneficiou com seu ato de liberação da delação de Palocci.
A terceira confissão é a manobra para colocar Lula num presídio comum.
Moro acredita profundamente na ideia de que os fins justificam os meios.
As dez medidas contra a corrupção que sonhou em aprovar junto com seus parceiros do Ministério Público pisoteavam direitos e garantias da defesa.
Moro e Dallagnol precisam aprender a conjugar combate à corrupção com respeito às formalidades legais. Fora disso, é o primarismo dos regimes autoritários.
Sérgio Moro, Deltan Dallagnol e Jair Bolsonaro jogam no mesmo time: o time do autoritarismo disfarçado de moralidade e de indignação contra o mal.