Marajás de universidade pública gaúcha
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A maioria dos professores de universidade pública ganha medianamente.
Deveriam ganhar mais. Todos.
Mas não sou a favor de que professor de universidade pública se aposente e faça concurso de novo para o seu departamento.
Já se tentou impedir isso. Mas continua valendo.
Atenta contra um princípio mundialmente consagrado: uma pessoa, um cargo público.
Depois, para o bem geral, a fila anda.
Em 2012, um grupo de professores de Pernambuco chegou a publicar uma carta denunciando o acúmulo de pensão e de salário por novo concurso para universidades públicas: "Desconhecemos situação análoga em qualquer outro sistema universitário público: poder aposentar-se como professor servidor público e imediatamente em seguida, ou até antes, prestar concurso público e ingressar para acumular proventos e vencimentos fazendo o mesmo trabalho. Em nossas universidades a situação agrava-se com os casos onde os interessados, como professores permanentes, participam na tramitação dos regulamentos e procedimentos para os concursos, em seguida inscrevem-se e prestam esses concursos, aguardam a aprovação e, somente depois, se aposentam para imediatamente reingressar na própria universidade. Mais graves dentre estes só os casos de reingresso nos próprios departamentos onde se pede a aposentadoria".
Tem professor, com produção pífia, que se aposentou em Porto Alegre, em 2012, e fez imediatamente concurso para outra vaga na mesma faculdade gaúcha. O senso de moralidade faz com que a maioria evite esse tipo de coisa. Há, no entanto, muitos marajás acadêmicos – em comparação com os salários de quem só tem um concurso – que ganham como magistrados (parâmetros de ganhos exorbitantes neste pobre Brasil).
Mês de Referência: Junho de 2014 | ||||
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Descrição | Valor (R$) | |||
REMUNERAÇÃO | ||||
Remuneração básica | ||||
Remuneração básica bruta | 31.283,69 | |||
Abate Teto (-) | -1.821,43 | |||
Remuneração eventual | ||||
Gratificação natalina | 14.731,13 | |||
Férias | 14.959,69 | |||
Outras remunerações eventuais | 0,00 | |||
Deduções obrigatórias (-) | ||||
IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte) | -6.244,64 | |||
PSS/RPGS (Previdência Oficial) | -3.576,99 | |||
Demais deduções - excluídos os descontos pessoais (-) | ||||
Demais deduções (excluídos os descontos pessoais) | -3.335,41 | |||
Total da Remuneração Após Deduções | 45.996,04 | |||
VERBAS INDENIZATÓRIAS | ||||
Valores Registrados em Sistemas de Pessoal - Civil | 474,40 | |||
Total de verbas indenizatórias | 474,40 | |||
Embolsar R$ 46 mil num mês!!! Claro, claro, com férias e gratificação natalina.
É coisa de presidente do STF para cima.
Observação: SERVIDOR PERCEBE PARCELA REMUNERATORIA NAO INCIDENTE PARA CALCULO DE TETO CONSTITUCIONAL
Observação: OS VALORES DEMONSTRADOS ACIMA INCLUEM REMUNERACOES PERCEBIDAS A TITULO DE APOSENTADORIA/PENSAO
Como minha distração agora é navegar no Portal da Transparência, à noite, descubro que tem professor de universidade pública de Porto Alegre ganhando bruto mais do que desembargador. Parece impossível, mas tem.
Num mês normal, a marajá fatura R$ 20 mil líquidos.
A plebe, na mesma situação, fica com a metade. Pode isso, Arnaldo? Pode. Mas é moral, Arnaldo?
Claro que não. Parte da própria categoria, como se viu na carta dos pernambucanos, denuncia e rejeita.
Tem quem, na moita, aproveite a teta.
Deve ser por isso que o presidente da Capes, Jorge Guimarães, disse que os concursos nas universidades públicas são "jogos de cartas marcadas". Imagina a isenção no segundo concurso, em casa. Mas tenho certeza de que não é sempre assim.
Que coisa! Tão petista.
O melhor do PT não merece isso.
Mas sempre tem o pior.
Remuneração básica bruta | 31.283,69 | ||
Abate Teto (-) | -1.821,43 |