Recordar é viver

Recordar é viver

Rastros de cultura no tempo.

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    T. S. Eliot foi um grande poeta. Era um homem muito conservador. Um dos seus mais famosos poemas, “Os homens ocos”, foi publicado em 1925. Já foi estudado em incontáveis teses e artigos. Ainda ecoa:
I Nós somos os homens ocos Os homens empalhados Uns nos outros amparados O elmo cheio de nada. Ai de nós! Nossas vozes dessecadas, Quando juntos sussurramos, São quietas e inexpressas Como o vento na relva seca Ou pés de ratos sobre cacos Em nossa adega evaporada
Forma sem forma, sombra sem cor Força paralisada, gesto sem vigor.
[...]
Assim expira o mundo Assim expira o mundo Assim expira o mundo Não com uma explosão, mas com um suspiro.
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    Para quem viveu os intensos últimos vinte anos do século XX em Porto Alegre vale a pena dar uma olhada no livro “Escaler, quando o Bom Fim era o nosso senhor”, depoimento de Toninho a Paulo César Teixeira. O Escaler, bar do Toninho, em plena Redenção, mobilizava multidões frenéticas e roqueiras, especialmente aos domingos.
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    No clima dos sessenta anos da Legalidade, William Keffer lançou a segunda edição do seu livro “Doze dias que abalaram o Rio Grande”.
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Em 2022, tomaremos um porre de efemérides: duzentos anos da Independência do Brasil; cem anos da Semana de Arte Moderna de São Paulo; cem anos da publicação, em Paris, de “Ulisses”, de James Joyce; cem anos do levante dos 18 do Forte de Copacabana. Tudo redondo.
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    Maquiavel (que não era maquiavélico, mas era bom de frases agudas): “As injúrias devem ser feitas todas de uma só vez, a fim de que, saboreando-as menos, ofendam menos: e os benefícios devem ser feitos pouco a pouco, a fim de que sejam mais bem saboreados”.
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Enfim, amanheço,
A alma do avesso,
Destino que diz sim,
Ai de mim, ai de mim,
É a noite que morre
Em vagido ou espasmo
Quase pasmo, luz.

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Hoje, 19 horas, tem projeção de Dante nas paredes da Biblioteca Pública do Rio Grande do Sul.


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