Tik Tok

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A toque de caixa

Trump diz que Tik Tok estará fora do mercado se não for comprado por alguma empresa americana

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Parece, enfim, provado: a dominação do mundo pela China está em curso. Ela se dá por meio de um mecanismo devastador e imparável: o Tik Tok. Não há como se defender dele. Domina as crianças e os adolescentes. Seduz os adultos. Contamina o social. O seu princípio é o da leveza, do engraçado e da distração. Se o Ocidente não tomar providências urgentes, verá sua hegemonia cultural secular destruída. Quem não está no Tik Tok não existe. Milhões vagam por plataformas ultrapassadas. No Facebook, receitas de bolo e obituários. No Instagram, ostentação e imagens fakes. No Twitter, notícias e análises, último reduto das velhas agências. Só o Tik Tok é hipermoderno. Feito um bar da moda do verão passado, o Insta já revela a idade dos seus frequentadores. O novíssimo está no Tik Tok. Até Caetano Veloso foi arrastado ao Tik Tok pelo pessoal do Porta dos Fundos, uma turma que, por onde passa, deixa marcas da sua faixa etária. O mais importante é que tudo seja rápido. O tempo passa. Nenhum vídeo fica. Conclusão transitória: como a juventude passa rápido. Em três minutos.

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O ministro Paulo Guedes teria chamado o seu colega astronauta Marcos Pontes, da Ciência e Tecnologia, de burro. O indigitado, sob pressão de quem entende do riscado, tem reclamado dos cortes nas verbas da ciência. Num arroubo inusitado, Guedes refletiu: "Ás vezes eu mesmo me pergunto o que estou fazendo aqui". O país aguarda ansioso a resposta. E atitude.
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O relatório ficou pronto. A CPI Acabou. Hora da calabresa.
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Deu ruim no mundo do vôlei. O jogador Mauricio Souza fez um comentário homofóbico sobre o super-homem bissexual: "Ah, é só um desenho, não é nada demais. Vai nessa que vai ver onde vamos parar”. O seu colega Douglas rebateu: “Engraçado que eu não 'virei heterossexual' vendo os super-heróis homens beijando mulheres. Se uma imagem como essa te preocupa, sinto muito, mas eu tenho uma novidade para sua heterossexualidade frágil. Vai ter beijo sim. Obrigado DC por pensar em representar todos nós e não só uma parte". Maurício foi para a tréplica:  "Para cima de mim não! Aqui é frágil igual esticador de canto de cerca”. Estrepou-se. Torcedores e patrocinadores pressionaram. O Minas Tênis Clube demitiu Maurício cuja retratação nada teve de arrependimento: "Pessoal, após conversar com meus familiares, colegas e diretoria do Clube, pensei muito sobre as últimas publicações que eu fiz no meu perfil. Estou vindo a público pedir desculpas a todos a quem desrespeitei ou ofendi, esta não foi minha intenção. Tenho refletido muito e reitero minhas desculpas pelo posicionamento”. Poderia ter sido mais explícito. Quem pegou o bonde andando não fica sabendo de que ele está falando. Tenta de novo, vai.
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    O acelerado progresso tecnológico da humanidade deixará ao futuro apenas um probleminha de difícil solução: o que fazer do ser humano.

 


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