Violência no centro de Porto Alegre
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Vi famílias com muitas crianças morando num prédio público abandonado desde 12 anos antes.
Ontem, por decisão judicial, em ação movida pelo Estado, a Brigada Militar usou a força para desalojar, neste começo de inverno, os moradores de um edifício que se havia tornado inútil.
É um retrato do Brasil da justiça de classe.
Um judiciário que ganha auxílio-moradia de mais de quatro mil reais autoconcedido e mantido por liminar corporativa do STF, manda despejar infelizes desempregados.
Faz a Brigada Militar cumprir papel de capitã do mato.
A abolição da escravatura tornou-se inevitável quando juízes ativistas pararam de agir em nome dos proprietários, que exigiam respeito à legalidade, mas descumpriam leis que não lhes interessavam, e quando o exército recusou-se a continuar sendo capitão do mato na caça a escravos fugitivos.
O deputado Jeferson Fernandes foi algemado por se manifestar contra a violência do ato.
Um juiz com auxílio-moradia não tem moral para determinar despejo de sem-teto.