Desvalorização do peso pode causar "desmanches" em clubes argentinos na próxima temporada

Desvalorização do peso pode causar "desmanches" em clubes argentinos na próxima temporada

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Pavón é o jogador mais valorizado do futebol argentino : Foto: Boca / Divulgação


 

O futebol argentino conseguiu classificar neste ano quatro clubes para as quartas de final da Libertadores da América pela primeira vez na história. O bom momento deve ser aproveitado porque, ao que parece, em 2019 a situação dos times do país será diferente. A desvalorização do peso em relação ao dólar vai enfraquecer o poder de compra das equipes e deve causar as saídas de alguns dos principais jogadores.

O primeiro alerta foi dado pelo presidente do Boca Juniors, Daniel Angelici, que admitiu que será impossível fazer grandes contratações na próxima janela de transferências. "Acredito que a subida do dólar vai tornar impossível repatriar jogadores (da Europa)", afirmou Angelici ao canal TyC Sports antes de continuar. "Com o dólar assim não tenho dúvidas de que vai haver um êxodo de jogadores em dezembro", projetou.

Os principais atletas do futebol argentino têm seus contratos vinculados ao dólar. As negociações normalmente são feitas com a cotação da moeda norte-americana em relação ao peso argentino no momento das assinaturas dos vínculos e os jogadores recebem em peso. O problema, porém, é que a queda do peso extrapolou qualquer expectativa. Apenas na semana passada, a desvalorização foi de quase 20% - chega a 50% no último ano. Na cotação desta quarta-feira, um dólar americano está valendo 39,25 pesos argentinos.

A desvalorização da moeda argentina já leva os empresários dos jogadores buscarem os clubes com o objetivo de renegociar os contratos. "Os representantes já estão se mexendo porque os jogadores são profissionais. Mesmo que eles se sintam bem nos clubes, sabem que a carreira é curta. Se chegar uma oferta de um milhão de dólares para cima, eles vão querer ir. E isso qualquer equipe de segunda divisão da Europa pode pagar", admitiu Angelici na entrevista expondo uma realidade do Boca que atingirá outros clubes.

 

Clubes fizeram grandes investimentos

As últimas janelas de transferências foram de grandes investimos dos clubes argentinos, principalmente dos quatro grandes que iniciaram o ano disputando a Libertadores da América: Boca, River, Racing e Independiente.

O Boca bateu o seu recorde de investimentos em uma única janela de transferências no meio do ano ao gastar 18 milhões de dólares em reforços. No começo de 2018, o River fez a contratação mais cara de sua história ao pagar 14 milhões de dólares para tirar Lucas Pratto do São Paulo. O Racing também superou os 10 milhões de dólares em contratações na penúltima janela.

O aumento do poderio econômico dos clubes havia se dado pelo novo contrato de direitos de televisão da Superliga Argentina, que agora voltará a ficar defasado com a desvalorização do peso.

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