Salve George Clooney e as deliciosas crônicas de Tanira!

Salve George Clooney e as deliciosas crônicas de Tanira!

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Jornalista Tanira Lebedeff lança livro de estreia neste sábado, às 11h, na Palavraria


Por Luiz Gonzaga Lopes



Quando observado pelos olhos do cronista, o mundo e seus coexistentes, pode ser tudo menos comum, ordinário, corriqueiro. Tomei esta frase emprestada e com a devida paráfrase da orelha do livro “Asa de Sereia”, do exímio cronista curitibano Luís Henrique Pellanda (ex-Rascunho), para poder introduzir a real delícia de ver alguns lugares do mundo e a humanidade dos seres pelos olhos da observadora, jornalista e agora cronista com livro publicado, Tanira Lebedeff. Pois esta moça tem um belo rebento nas mãos e nas livrarias. “A Velhinha que Entrevistou George Clooney” (Editora Catarse, de Demétrio Soster) tem lançamento neste sábado, dia 9, às 11h, na Palavraria Livros & Cafés (Vasco da Gama, 165).



Com as bênçãos do deus Kronos, Tanira nos apresenta um mundo de deslumbre e apreensão, pois em momentos distintos ela pode estar ouvindo a frase “George Clooney está pronto para você”, numa das três entrevistas que fez com o astro hollywoodiano - que se notabiliza não só por sua atuação, direção e produção, mas pela preocupação e envolvimento com questões políticas e humanitárias – e no outro momento pode estar entrando em contato com a destruição da cidade mais charmosa dos Estados Unidos, New Orleans, pelo furacão Kathrina ou ainda tendo que reportar a morte do Rei do Pop, Michael Jackson, naquele melancólico 25 de junho de 2009:


“Até que Sandra Coutinho, chefe da editoria de internacional naqueles tempos, me orientou a transmitir o que a CNN anunciava: era verdade, Michael Jackson estava morto. The King is dead? Long live the King. Passei a noite tocando a cobertura na frente do hospital. Os fãs continuavam chegando em ondas, carregando discos, bonecos, camisetas, posters. Sósias de Michael Jackson formavam rodas cantando e dançando do jeito que o ídolo ensinou! Ali ele estava mais vivo e presente do que nunca.”



É deste jeito que Tanira nos envolve nas suas experiências humano-jornalísticas. O colega jornalista Roger Lerina define bem a marca deste livro e destas 22 (dois patinhos na lagoa dos velhos bingos paroquiais) deliciosas crônicas: “Tanira usa aqui um tom confessional e coloquial, que convida o leitor a fuçar com a autora as suas lembranças e reflexões. Depois de conhecer um pouco das aventuras dessa repórter, narradas com a fluência de uma conversa de bar, você provavelmente vai se sentir íntimo da Tanira. Que nem o George Clooney”. Na apresentação, os colegas Cesar Augusto e Luciana DeMichelli destacam o saber e a humildade da jornalista, ora lançando seu livro de estreia: “Tem gente que não aprende, nasce com isso. A Tanira nasceu sabendo. Vai lá e conversa com o George Clooney, Brad Pitt, Leonardo DiCaprio... Terminada a entrevista, ela agradece e liga para o “seu Zé” na sequência. Clooney e Zé vão ouvir o mesmo tom de voz e vão se encantar da mesma maneira pela doçura dessa menina do Sul”.



Com Tanira, eu literalmente viajei até a Lower 9th Wart, em New Orleans, e as casas de Brad Pitt. Quem explica melhor é a própria prosa de Tanira: “Pitt se apaixonou pela cidade e se comoveu com as histórias dos moradores ao visitar escombros do Lower 9th Ward durante as filmagens de “O Curioso Caso de Benjamin Button”. Ele é a força criadora da Make It Right Foundation, uma organização que ergueu no Lower 9th casas resistentes a tempestades e totalmente sustentáveis”. O tom confessional aparece em uma das crônicas menores no tamanho e gigantes no tema. “Apesar de Mim” fala do “apesar de”, do “por causa de” para falar de amor e das diferenças entre quem ama. Crônica mais do que necessária. Já fiz algumas viagens para lugares um pouco diferentes dos normais como Finlândia, Israel e Rússia, mas com Tanira eu fui até as Muralhas da China, para o Marrocos, para Istambul, Cuzco, Los Angeles e seus astros, tais como Anthony Hopkins, Tom Cruise e o saudoso Robin Williams, fora o George Clooney, é claro, que rendeu a crônica que deu título ao livro e esta grande lição do astro:


“Ouvi algo parecido do Gringo: os erros, tombos e dores ajudam a moldar quem somos. Portanto, por mais esburacada que seja a estrada... Lá adiante no caminho, erros e dores ficam pequeninhos diante das alegrias e das conquistas. A velhinha feliz que eu serei um dia vai lembrar para sempre dessas lições”. Que nós aprendamos muitas lições com este livro e sejamos lá adiante os velhinhos que conversaram com algum seu Zé e com o George Clooney ou algum astro local: do diretor Carlos Gerbase à atriz Sandra Dani; do jornalista Juremir Machado da Silva ao músico Frank Jorge; do artista Bez Batti ao escritor João Gilberto Noll.



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