Contos e poemas em forma de extrato bancário
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Na parte interior do estande, as pessoas trocam os livros literários. Levam os seus, em bom estado e trocam por outros que lá encontram. Livros teóricos e didáticos são aceitos apenas como doação. Na seção infantil, as trocas são feitas por livros infantis. As doações recebidas no estande são repassadas para escolas conveniadas e instituições de caridade através de sorteios. A expectativa pela surpresa de retirar contos ou poemas que talvez os visitantes nunca tenham lido, os faz parar em uma fila que diminui e cresce na mesma proporção. A literatura deve ser compartilhada e a oportunidade que estandes como o do Banrisul proporcionam, favorecem a descoberta de novos autores, novas histórias. São jovens, idosos e adultos à procura daquilo que corresponda às suas expectativas.
Os livros variam, de Chico Buarque à Sidney Sheldon. As peculiaridades da sociedade contemporânea, não permitem que tenhamos esse contato de troca tão produtivo. Pessoas que não se conhecem, trocam livros que lhes interessam igualmente. Se presenteiam sem pretensão. Castro Alves, poeta brasileiro no século XIX, em algum momento da sua vida fez uma colocação que nos cabe aqui: "Bendito aquele que semeia livros e faz o povo pensar."
Texto: Maiara Marinho - UFPEL
Fotos: Cassiana Martins - Famecos/PUCRS