Alpine atualiza com ousadia projeto da Renault e traz pintura marcante

Alpine atualiza com ousadia projeto da Renault e traz pintura marcante

Trabalho extremo nas laterais é destaque do carro que trará Alonso de volta à Fórmula 1

Bernardo Bercht

Time francês trocou de marca, mas quer seguir evolução ao topo

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A Alpine chegou chegando, trajada de azul metálico, com patrióticos detalhes da bandeira francesa. É uma metáfora antiga do automobilismo, mas pelas fotos, o A521 parece rápido e atualiza com linhas ousadas o projeto do ano passado da Renault. Enquanto Esteban Ocon foi o narrador da apresentação oficial, Fernando Alonso deve ter se animado em casa com a caranga do seu retorno à Fórmula 1.

O trabalho mais intenso da Alpine é claramente na região traseira, com um serviço extremo de lipoescultura nas laterais. O time aproveitou o conceito inaugurado já em 2019 de usar um santantônio mais largo, robusto e achatado, onde abriga vários dos componentes de propulsão e eletrônica, para liberar espaço nas laterais.

Com isso, o modelo pode ter a "cintura" super estreita, quase o "size-zero" buscado pela McLaren uns anos atrás. Além disso, a entrada de ar tem um recorte extremo na base, liberando ainda mais área utilizável para o assoalho, onde queremos recuperar toda aquela pressão aerodinâmica. Nenhum carro de 2021, até agora, tem uma linha tão compacta e, ao mesmo tempo, tão harmônica quanto o Alpine.

Na dianteira, o carro manteve a filosofia importada da Mercedes no ano passado, com refinamentos na aleta que emoldura o nariz, com uma forma mais agressiva que direciona ar por baixo dos braços de suspensão. Os ailerons e defletores laterais tiveram modificações bem sutis em relação à Renault, de novo com o foco de alimentar mais assoalho e difusor traseiros.

O santantônio, exclusivo da Alpine, ganhou uma divisória a mais, provavelmente trabalhando para refrigerar algum componente que, antes, recebia ar lateral. Resta saber o quanto a peça mais "gordinha" vai atrapalhar na aerodinâmica traseira e no centro de gravidade em pistas mais travadas. E, claro, com apenas um time para testar seus motores, como será a evolução do Renault debaixo do capô.


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