Aston Martin tem pintura marcante e poucas novidades em projeto inspirado na Mercedes

Aston Martin tem pintura marcante e poucas novidades em projeto inspirado na Mercedes

Retorno da marca como time oficial da Fórmula 1 terá desafio de manter modelo de três anos atualizado

Bernardo Bercht

Pintura marcante em verde e rosa, carro conservador com poucas atualizações

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Verde é a cor da estação! A Aston India Point Racing, ok, parei. A Aston Martin apresentou suas armas para 2021, com uma pintura clean muito bonita, caprichando na cor da marca e com uma simples faixa rosa lembrando o patrocinador BWT. Na essência, o AMR21 é o carro que a Racing Point usou no GP de Abu Dhabi de 2020. Ou seja, uma derivação do campeão, mas já desgastado Mercedes W10.

Com três anos de projeto, o time liderado por Andrew Green se esforçou nas atualizações, mas é um enigma o quanto de performance o carro de Sebastian Vettel e Lance Stroll conseguirá manter na comparação com projetos bem mais novos de McLaren, Alpine e Ferrari. Toda a frente do carro segue a mesma de 2019. O bico, que parece ter um recorte mais acentuado, é apenas efeito da pintura monocromática, no lugar da anterior que variava entre rosa, preto e branco.

As mudanças acabaram concentradas na traseira, onde todo mundo precisa recuperar downforce do assoalho recortado. A Aston Martin recebeu o conjunto de câmbio e suspensão traseira do W11, com seus elementos invertidos. A solução já foi copiada pela Red Bull e deve ajudar na dinâmica de pista, principalmente em curvas de baixa e média velocidade. A cobertura do motor, por sua vez, apresenta o mesmo "calombo" da equipe principal da Mercedes, indicando alguma exigência da nova configuração do motor alemão.

As laterais agora tem os pontos de fixação e absorção de impacto externas, na comparação com o carro que começou 2020, mas essa atualização já tinha sido feita na temporada passada. O conjunto todo reduziu medidas e tem um recorte mais acinturado, para liberar ar para o chão do modelo.

Em frente ao cockpit, os defletores laterais seguiram a mesma filosofia da atualização de meio de ano do W10. Na aleta vertical, fixada ao lado da entrada de ar, contudo, a solução escolhida foi similar à da AlphaTauri, com o elemento separado do defletor horizontal. Até então, todas as equipes optavam por uma estrutura integral em L. A vantagem é uma passagem de ar mais limpa para o aerofólio traseiro, mas com menos controle de direção.

Em resumo, se não trouxer outro pacote para o Bahrein, a Aston Martin larga em 2021 com um carro quase igual ao que terminou a temporada anterior. Vai depender, desta forma, da força do motor Mercedes e de que os rivais tropecem com seus novos carros para se manter numa briga além do sexto lugar.


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