Augusto Rotta e Paulo Pretto vencem 12 Horas de arrojo nos 50 anos de Tarumã

Augusto Rotta e Paulo Pretto vencem 12 Horas de arrojo nos 50 anos de Tarumã

Prova teve final alucinante e polêmico, mas com exemplo de desportividade após toque entre os líderes

Bernardo Bercht

Dupla do Celta #03 protagonizou final alucinante em Tarumã

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A prova dos 50 anos do Autódromo de Tarumã teve como homenagem uma ultrapassagem de placa do Celta #03 (Paulo Preto/Augusto Rotta) para assumir a liderança e vencer de maneira categórica a corrida mais tradicional do Rio Grande do Sul. O final teve polêmica, com Fabiano Cardoso tocando e fazendo rodar o líder na tentativa da vitória, mas apesar de cruzar em primeiro, ele mostrou desportividade, imediatamente reconheceu e foi para a torre de direção, que reverteu o resultado para vitória do Celta #03. O terceiro lugar seria do Onix #7 de Gustavo Ribeiro, Claiton Salcedo e Kaki Andrade, após boa recuperação, mas ele ainda herdaram o segundo posto com a punição ao Celta #461, que finalizou em terceiro com Cardoso, Maicon Roncen e Thiago Tambasco..

A prova teve começo truncado, com vários carros parando com problemas na pista e alguns acidentes menores. Nas primeiras quatro horas, foram 10 bandeiras amarelas com safety car. Nesse primeiro período o Celta #819 (Ramos/Buneder/Buneder/Doval) se destacou com um ritmo fortíssimo na dianteira. Houve uma primeira trocação intensa de posições, com os dois carros da Fast Racing, o Celta #461 e o Corsa Classic #77.

O #819, contudo, teve que antecipar sua tática de pits ao sofrer um furo de pneu ainda antes do fechamento da primeira hora. Protagonizariam uma grande luga para escalar de novo o pelotão.

Lá na frente, o Celta #03 de Paulo Pretto e Augusto Rotta começava a avançar para o top 5 antes da quarta hora. Outro time que subia na cotação era a MC Tubarão com o seu Onyx #5. O carro #26, um Ford Ka, parou numa batida no muro, até ali a mais forte da corrida.

Quando Julio Martini já vislumbrava lutar pela ponta com Tiel de Andrade e Rodrigo Lemke, veio a batida mais forte da prova. Quatro carros se envolveram na bancada, entre eles o Onyx #5. O Corsa #95 de Niltão Amaral, Cleiton Crause e Everton Braz também se envolveu, além do Onyx #98 e do Corsa #41. Na Colisão, Marcelo Albuquerque foi retirado de ambulância com suspeita de fratura no ombro.

Depois de longa amarela, os safety car começaram a diminuir e os postulantes à vitória se destacarem. O primeiro a força caminho à dianteira foi o campeão de 2019, Onyx #8 da Choka Racing. Lideraram, marcaram de perto os Celta de Fast Racing e o #03. Quando pareciam armar o bote para disparar, fumaça branca encheu o ar e o GM parou na pista, deixando o time 40 voltas atrás.

Aí, o protagonismo era do Celta #03, com uma pilotagem super agressiva de Pretto e Rotta. A dupla, inclusive, tomou um susto ao negociar retardatários. Colidiram com o Corsa #12, danificaram a frente, mas conseguiram seguir em bom ritmo. Atrás, o #819 conseguiu chegar ao terceiro lugar com ritmo alucinante, que fez virar a melhor volta em 1min21s8, suficiente para a segunda fila da classificação. Aí, o lado cruel do automobilismo atuou, com uma quebra mecânica.

Quem trabalhou para chegar no primeiro lugar, então, foi o Corsa #111 (Thiago Messias/Carlos Erwig/ Nicholas Dallagnol). Puxaram a fila com boa tática, mas Guto Rotta vinha possuído na segunda posição. Na nona hora de corrida, grudou na Curva 1, foi farejando a presa até o laço e se atirou por fora. O Celta prateado rabeou a traseira, parecia que ia rodar e até tocou com o Corsa, na linha interna. Mas o piloto segurou e manteve a linha. No Tala Larga, freou mais tarde e completou uma ultrapassagem espetacular para assumir a liderança.

Dallagnol tentou perseguir e manteve-se por cinco voltas na cola. Daí veio mais um susto. O Corsa #111 perdeu a traseira na saída da Curva 1 e saiu em velocidade, capotando no barranco da área de escape. Felizmente, só com danos materiais.

A partir daí, eram menos de duas horas de provas para o Celta #03 administrar a vantagem de duas voltas. Paulo Pretto assumiu o comando e manteve um ritmo seguro. Mas vieram os safety cars. Primeiro, o carro #77 e o #15 saíram da pista; permitiram o #461 recuperar a volta que tinha de atraso. Depois, o Corsa #12 bateu no Laço e protagonizou o momento que quase foi definidor da prova.

O acidente permitiu Cardoso alinhar no fim do pelotão, mas a menos de 5 segundos do líder e ultrapassou nove carros em uma volta. Depois de fazer tudo certo, a equipe do Celta #03 amargou brevemente o segundo lugar ao serem superados na luta polêmica com o Celta #461. Cardoso subiu à torre, reconheceu o exagero no ataque "ao meu amigo" e na torre foi definida a vitória de Rotta e Pretto.

Assista à íntegra da metade final da corrida:


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