Escolha de chassis do carro da Indy 500 é tarefa meticulosa em oficina da Juncos Racing

Escolha de chassis do carro da Indy 500 é tarefa meticulosa em oficina da Juncos Racing

Ricardo Juncos explica medições precisas de rigidez que levaram time a manter monocoque de 2021 ao invés de usar um novo

Bernardo Bercht

Equipes medem nos milímetros a rigidez do chassis, em busca de mais velocidade

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Explorar a oficina de uma equipe da Fórmula Indy é estar na Disney para o fã de automobilismo. A Juncos Hollinger Racing abriu as portas, nesta quarta-feira, e pulamos para dentro. Entre os segredos da preparação do carro, a escolha do chassis é meticulosa e detalhada. E nem sempre óbvia, como explica o team manager, Ricardo Juncos.

"Compramos um chassis novo para fazer a Indy 500, mas acabou se tornando o carro reserva do nosso piloto, o Callum Ilott", comentou. "A gente separa apenas o monocoque com o câmbio, colocamos num suporte especial e os carros são levados para a Dallara. Lá, uma máquina mede a rigide torcional de cada um. Curiosamente, nosso carro do ano passado estava melhor que o novo e, por isso, foi o escolhido", salientou.

Rigidez torcional, no caso, é quanto a estrutura de fibra de carbono resiste às pressões laterais. Quanto mais rígido, mais precisa é a resposta do carro às mudanças de acerto e, também, mais estável é a condução na pista. Basicamente, se o chassis torce demais, gera instabilidades que precisam ser compensadas, ou com mais aerofólio e pressão aerodinâmica, ou com uma suspensão mais mole. Ambas as alternativas aumentam arrasto e diminuem a velocidade do Fórmula Indy.

"As diferenças são muito pequenas, décimos de percentual. Mas para andar bem na Indy 500, ao longo de 200 voltas, a gente quer ganhar tempo em cada parafuso", ilustrou Ricardo Juncos.

O chefão aponta, por exemplo, para um carro que o time já nem usa mais em corridas. "Temos esse chassis que compramos da Carlin. Poderia andar, mas está com uma milhagem muito avançada e já começa a dobrar nas curvas. Fica muito imprevisível o acerto do carro, até mesmo numa prova de rua, ou mista. Imagina no oval, a 370 km/h", definiu.

Por conta disso, o carro agora é usado em treino de pit-stops do time.


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