Hamilton comanda GP do Catar para emparelhar briga com Verstappen; Alonso dá show

Hamilton comanda GP do Catar para emparelhar briga com Verstappen; Alonso dá show

Holandês fez grande corrida para pressionar britânico, mas Mercedes levou vantagem em Losail

Britânico saltou na ponta e deixou encrenca para Alonso e cia

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Lewis Hamilton ganhou de uma forma que ainda não tinha conseguido em 2021: o britânico dominou totalmente o GP do Catar e controlou com folga, sem maiores ameaças a vitória para reagir de vez no campeonato mundial. Max Verstappen não conseguiu fazer frente, mas garantiu o segundo lugar após primeiras voltas brilhantes para não perder tempo no pelotão. O showman do dia, contudo, foi o veterano Fernando Alonso. Com uma apresentação de luxo, o espanhol levou um pódio improvável com a Alpine, sete anos depois de levantar uma taça pela última vez na Fórmula 1.

Antes da largada já tinha polêmica, apesar das corretas punições a  Verstappen e Bottas por ignorarem bandeira amarela na classificação. Só que Verstappen já saiu resolvendo tudo na largada, enquanto o finlandês afundou no pelotão.

Lá na frente, quem melhor largou foi Fernando Alonso, mas faltou motor para a Alpine atacar na curva 1. Hamilton manteve a ponta. Na segunda curva, Verstappen já era quarto e tentou atacar Alonso. Mas o espanhol conseguiu numa manobra dupla fechar a porta e ainda patrolar Pierre Gasly por fora, assumindo o segundo lugar.

Na volta seguinte, a AlphaTauri já dava uma escapada esquisita, o francês nem fez questão de acionar a asa móvel e a Red Bull já estava em terceiro. O holandês se colocou em posição para perseguir Hamilton na quarta volta. Acionou a asa móvel, Alonso também não fez resistência para conservar os pneus, e a corrida começava efetivamente para Verstappen, em segundo.

A partir daí, o espetáculo era de Sérgio Perez, primeiro negociando várias curvas até passar Carlos Sainz, depois despachando Esteban Ocon e Gasly para colocar Lando Norris na alça de mira. A AlphaTauri claramente gastou mais pneus e começou a ser superada em lotes.  O mesmo acontecendo com Tsunoda, que ficou encaixotado entre Bottas e Stroll, sendo superado por ambos.

O finlandês, por sinal, ficou várias voltas estagnado em 11º. Só reagiu quando tomou um puxão de orelha no rádio, do chefão Toto Wolff.

Veio então a janela de pit-stops, com as AlphaTauri comendo pneus aparecendo primeiro para o serviço. Verstappen antecipou a sua, buscando dar aquela sacudia no domínio de Hamilton. O britânico copiou a tática uma volta depois e ambos calçaram pneus mais duros.

Este foi o segundo momento decisivo de Fernando Alonso para garantir um pódio improvável da Alpine. De pneus macios, o espanhol foi mais longe que quase todos os outros até fechar sua primeira janela antes dos boxes. E num ritmo muito mais forte que os demais, chegando a abrir 10s para Norris, seu perseguidor.

Quando todo mundo voltou, Verstappen até ensaiou descontar um pouco de diferença e a vantagem do líder que era de 10s passou para 7,5s. Mas Hamilton controlava o ritmo, com clara sobra de performance a bordo da Mercedes.

Na turma do enrosco, Perez veio com tudo para cima de Alonso, o espanhol tentou dar o troco, trocaram tinta por cinco curvas, mas o mexicano levou. Parecia adiado o retorno já tão distante do Príncipe das Astúrias à sala de troféus da F1. Mas ele seguiu e manteve a Red Bull sempre na alça de mira, a 5s de distância. Valtteri Bottas teve um pneu furado e o pódio da Alpine ficava mais possível.

Sem conseguir encostar, os energéticos tentaram mais uma cartada e Verstappen foi para a segunda parada, colocando pneus médios. Tentavam adicionar variáveis na corrida para pressionar a Mercedes. Hamilton voltou a emular a tática da Red Bull e retornou à liderança ainda com folga.

 Foi este o momento definidor para o pódio de Fernando Alonso Dias. A Red Bull errou a mão e chamou Perez para os boxes, quando já tinha o pódio garantido. Isso colocou o mexicano atrás de vários carros mais lentos, e das Alpine. Alonso entrou no rádio e enfatizou que seu companheiro tinha que "se defender como um leão", para devolver o favor da Hungria. Perez passou Esteban Ocon rápido, mas até que o francês mostrou as unhas e atrapalhou um tanto.

Nas voltas finais, um festival de pneus furados. Norris parou com a McLaren e as duas Williams também apareceram se arrastando. Nicholas Latiffi acabou na areia e um safety car virtual foi acionado. O drama para Alonso teve até Mick Schumacher escorregando na sujeira e atravessando na sua frente, quase botando tudo a perder.

A bandeira verde durou apenas uma volta e meia no fim, mas Perez conseguiu descontar de 5,5s para 2s na bandeirada. Não adiantou, a taça era de Alonso no terceiro lugar. Lá na ponta, Hamilton desfilou para a vitória, enquanto Verstappen cravou a volta mais rápida para pelo menos tirar uns pontinhos e manter uma gordurinha na tabela de pontuação.

Perez foi um combativo quarto lugar, seguido por um distante Ocon, em uma corrida que pode render o quinto lugar de construtores para a equipe francesa. O sexto foi o ressurgido Lance Stroll com a Aston Martin, enquanto as apagadíssimas Ferrari cruzaram em formação com sétimo e oitavo lugares. A McLaren certamente muito frustrada com Norris, que deveria ter chegado adiante, mas foi nono. Sebastian Vettel fez uma bela corrida para somar o pontinho final, depois de uma largada problemática que o derrubou para 17º.


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