Hamilton vence com sobras na Hungria e assume liderança da F1

Hamilton vence com sobras na Hungria e assume liderança da F1

Bottas largou mal e abriu caminho para Verstappen cruzar em segundo com a Red Bull

Bernardo Bercht

Britânico chegou à 86ª vitória na categoria

publicidade

Faça chuva ou faça sol, Lewis Hamilton foi soberano de novo na Fórmula 1 em 2020. O britânico fez uma largada perfeita, abriu oito segundos nas primeiras duas voltas em piso molhado e nunca mais sofreu ameaça. Só não venceu com mais de 30s de vantagem pelo capricho de trocar pneus e fazer a volta mais rápida no final. Com a vitória acachapante, assume a liderança do mundial. Max Verstappen fez o que dava com a Red Bull, ainda tomou um susto antes da largada, e segurou Valtteri Bottas para cruzar em segundo. O finlandês largou mal, arriscou na tática e não levou, ficando em terceiro. Grande destaque da corrida talvez tenha sido Kevin Magnussen que arriscou pneus secos no começo e somou pontos preciosos para a Haas.

Antes da corrida começar, já havia drama. Choveu e, ao levar o carro para o grid, Verstappen se perdeu na pista molhada e bateu. A Red Bull trabalhou como louca e reparou a suspensão quebrada antes da volta de apresentação porém.

A turma largou com pista úmida, enquanto a Haas chamava os dois carros para os boxes já trocando para borracha seca. Na partida, Bottas hesitou para não queimar e partiu feito um pedregulho, caino para sexto. Hamilton disparou na frente, enquanto Vettel largou muito bem para superar Stroll e Verstappen. Na curva seguinte, porém, o holandês se recuperou a passou para segundo.

O asfalto secou rápido e todo mundo começou a ir para os boxes. Hamilton demorou, mas tinha tanta vantagem que voltou na frente, assim com o vice-líder Verstappen. O resto teve que se virar para passar as duas Haas.

Os primeiros a encarar essa treta foram Stroll e Bottas. Grosjean até foi fácil, Magnussen foi osso duro e atrasou a turma, dando mais vantagem para Hamilton e Verstappen. Mais atrás, a Ferrari errou a escolha de pneus para Charles Leclerc e o francês sofria tentando segurar um trem de carros.

Alex Albon conseguiu passar depois de fazer muita força e reclamar da falta de potência do motor Honda. Em seguida, Vettel superou o companheiro com classe e seguiu para pressionar as Haas.

A partir daí, a corrida se estabilizou, enquanto Bottas tentava chegar em Verstappen. A tendência era o finlandês chegar e ter 20 voltas com pneus em condições similares para tentar passar. A Mercedes não acreditou e chamou para colocar pneus novos. Parecia bom, com o carro 2s mais rápido por volta, no começo. Não daria certo, no fim.

No meio do pelotão, Vettel tentava controlar a ascenção de Albon, enquanto Leclerc sofria e desabava grid abaixo, mesmo com pneus novos. O monegasco estava tão mal que não conseguia se aproximar da Haas de Kevin Magnussen. Enquanto isso, Carlos Sainz chegou com a McLaren para disputar o décimo posto com ele. Demorou, mas eventualmente o piloto espanhol levou o último pontinho da corrida.

A três voltas do fim, Vettel errou na curva 2 e foi superado por Albon. Na volta seguinte, Bottas chegou em Verstappen. Mas o finlandês teve apenas uma oportunidade de usar a asa móvel e, distante, nem fez menção de passar.

Lá na frente, Hamilton parou para botar pneus macios e levar o ponto da volta mais rápida. O impressionante é que, mesmo pegando retardatários em dois setores, o britânico emplacou o melhor tempo da corrida. Na última volta, baixou mais ainda e coroou a vitória para assumir a liderança do campeonato.

Verstappen cruzou em segundo, no lucro, após bater no alinhamento do grid. Um frustrado Bottas foi terceiro num carro que deveria ter lutado pela vitória. Não foi dessa vez que a Racing Point fez pódio. Lance Stroll foi combativo, mas cruzou em quarto. O quinto foi Albon, com Vettel em sexto, finalmente fazendo uma corrida competitiva. Discretíssimo, Sérgio Perez foi sétimo, com Daniel Ricciardo fazendo a Renault funcionar para ocupar o oitavo lugar.

Sofrendo pressão a corrida inteira, Kevin Magnussen fez o impensável e somou dois pontinhos com a Haas. A McLaren, que errou tudo nas táticas, viu Sainz cruzar em décimo para seu pontinho solitário.


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895