Inferno em Le Mans - os 60 anos da maior tragédia do automobilismo

Inferno em Le Mans - os 60 anos da maior tragédia do automobilismo

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Fangio também nunca mais tentaria a sorte em Le Mans. Neubauer solicitou à Jaguar que, por cavalheirismo, também retirasse seus carros, mas os britânicos decidiram seguir. Hawthorn ganhou com folga. Sem ter a noção exata do tamanho da tragédia, imediatamente após a quadriculada, comemorou normalmente com o companheiro Ivor Bueb. As imagens, posteriormente, trariam muitas críticas nos jornais franceses pela falta de respeito com o luto de toda a situação...

Os acontecimentos trágicos causaram um terremoto que atravessou oceanos no mundo das corridas. A Associação Americana dos Automóveis deixou de promover corridas nos Estados Unidos e uma nova associação foi criada pelos próprios competidores para manter o esporte vivo. Suíça, Alemanha, França, Bélgica, Espanha e México baniram as corridas, com a primeira dessas nações mantendo a proibição em seu território até hoje.

Nos meses seguintes, a torrente de críticas em jornais e rádios levou a uma gradual reformulação dos circuitos. Foram os primeiros passos para tirar os espectadores da "mira" dos carros desgovernados e o estopim para a criação da mureta dos boxes, dividindo a área de pitlane da pista propriamente dita. Antes da corrida começar, Levegh apontou numa entrevista exatamente esse perigo. Do quão rápido os carros tinham ficado para passarem por um ponto estreito como a áreas de competição e de pit-stop de Le Mans. Palavras que ecoaram por décadas...

Confira abaixo, um diagrama do acidente:


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