Newey traz bico inovador e evolução nos detalhes para nova Red Bull

Newey traz bico inovador e evolução nos detalhes para nova Red Bull

Carro para a temporada 2020 dos energéticos é evolução direta do ano passado

Bernardo Bercht

RB16 é refinamento extremo do carro de 2019 da Red Bull

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Será esse o ano da Red Bull, enfim? Os energéticos chegam chegando em 2020, agora sem a desculpa de estarem se adaptando ao novo motor Honda e com Max Verstappen faminto por vitórias ao lado do competente Alex Albon. O RB16 foi lançado nesta quarta-feira e mostra que o projetista-gênio Adrian Newey confia na base estabelecida ainda em 2018. É um carro claramente derivado do RB15, mas que radicaliza nos detalhes para buscar aquela performance a mais.

Sim, a gente precisa falar desse narizinho... O bico do RB16 é similar ao antecessor na estrutura geral, mas na protuberância central (necessária para cumprir medidas de regulamento), Newey adicionou uma série de canaletas de ar que trabalham desde o primeiro ponto de contado com a carenagem para distribuir fluxo para os componentes importantes geradores de pressão aerodinâmica. As fixações laterais também sofreram aperfeiçoamentos, com todo um novo ângulo de ataque para a dianteira.

A suspensão dianteira segue a linha da Ferrari, com fixações extremamente baixas para liberar o fluxo de ar aos ailerons, as aletas centrais. Ali, o que já era complexo ganhou novas formas e detalhes mais intrincados, abusando dos elementos serrilhados. Com a simplificação da asa dianteira, este é um dos pontos onde os times mais buscam downforce, mas também é o mais complicado, já que suspensão e rodas geram turbulência e bloqueios, dificultando os cálculos dos engenheiros.

Seguindo adiante, a área de ataque frontal das laterais do carro está ainda mais extrema, super compactas e deixando livre o caminho para difusor e aerofólio traseiro. Para liberar espaço e não complicar a confiabilidade do motor Honda, contudo, a Red Bull não seguiu o mesmo regime extremo da Ferrari no entorno do propulsor. Para começo de conversa, o santantônio é bem largo para deixar o motor japonês respirar.

O principal pedágio, contudo, vem na cobertura do motor, bem mais folgada. Depois das laterais pequenas, o RB16 tem inclusive um calombo para abrigar os componentes mecânicos internos abaixo da barbatana. E basta olhar para a área bem menor de barbatana que se percebe o quão mais "gordinha" é a traseira da Red Bull.

Ah sim, e como boa precursora dos ângulos positivos de rake (inclinação da carroceria), a Red Bull segue firme na filosofia. O RB16 quase se debruça sobre as rodas dianteiras, de tão arrebitado. O ângulo de ataque que já era grande, ganhou mais alguns graus do jeito que o Adrian Newey gosta.


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