Paixão da Juncos por automobilismo empurrou carro à Indy 500, afirma piloto

Paixão da Juncos por automobilismo empurrou carro à Indy 500, afirma piloto

Kyle Kaiser relatou "tsunami de emoções" da batida até derrubar McLaren em Indianápolis

Bernardo Bercht, direto de Indianápolis

"A primeira volta ele já fez com o pé no fundo", diz Ricardo, sobre Kaiser

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Erguida na luta do empresário argentino Ricardo Juncos, a equipe Juncos Racing viveu seu maior drama e alcançou sua maior vitória ao longo dos preparativos para as 500 Milhas de Indianápolis. Depois de bater forte e ver seu carro destruído nos treinos livres, o piloto Kyle Kaiser citou um ingrediente principal para o time superar os problemas e derrotar a McLaren pela última vaga no grid: "Paixão pelo automobilismo".

"Ricardo é um apaixonado, sempre foi a qualidade número um que ele coloca na equipe", reforçou Kaiser. "Ele ama o esporte, não tem o que não faça para que o carro fique mais rápido e contrata caras com a mesma paixão. Num momento de adversidade como esse, é quando a qualidade fica mais evidente", explicou o piloto.

Kaiser teve dificuldade para resumir tudo o que aconteceu no mês de maio, com a perda do patrocinador principal, acidente, falta de desempenho e, finalmente, a entrada triunfal no grid. "Foi um tsunami de emoções, fora de controle", comentou. "Tivemos muitos momentos ruins, mas os momentos bons foram ainda maiores. Esperamos manter essa tendência e fazer uma grande corrida", projetou.

O chefe, Ricardo Juncos, exaltou a disposição de todos os seus comandados para trabalhar no maior desafio que já tinham enfrentado. "Quando bateu falei para mim, 'acabou, não tem mais dinheiro'", admitiu. "Comentei com o pessoal nos boxes, vamos juntar tudo e ir para casa. Mas nosso manager, Team Crouser, veio garantir que íamos montar outro carro e depois a gente via o dinheiro", lembrou Ricardo.

"Olhei nos olhos deles e estavam todos com essa gana. Buscaram o chassis, que estava totalmente desmontado, começaram a reconstruir", acrescentou. "Iniciamos às 13h30min e ficou pronto às 5h30min do dia seguinte para ir à vistoria técnica. Depois, ainda optamos por não treinar antes do qualify para ter tempo de terminar as mudanças que iriam garantir o desempenho", detalhou.

Com a promessa de um "voo cego" na classificação, Ricardo destacou a coragem e profissionalismo de Kaiser. "Meia hora depois do acidente, o Kyle falou. 'perdão Ricardo, subi demais na linha', e me pediu para pilotar de novo. No outro dia, fez a primeira volta e já estava com o pé no fundo", elogiou.

Kaiser confirmou o desejo de voltar imediatamente à pista. "A primeira vez que eu pensei que queria voltar foi quando o carro parou depois de bater. Eu pensei que se tivesse a oportunidade eu ia acelerar com tudo, sem dúvidas na cabeça e alcançar o resultado. E sabia que o Ricardo não ia descansar sem atingir esse nível de performance."

Neste domingo, a Juncos parte da última fila do grid. Independente do resultado que vier, já fez história.


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