Red Bull finaliza testes da F1 na frente, Mercedes segue problemática e Tsunoda brilha

Red Bull finaliza testes da F1 na frente, Mercedes segue problemática e Tsunoda brilha

Verstappen e Perez mostraram melhor conjunto no Bahrain, McLaren, Alpine e Ferrari querem ser terceira força

Bernardo Bercht

Red Bull mostrou melhor adaptação a mudanças nas regras aerodinâmicas

publicidade

Os testes foram curtos e longe de conclusivos, mas o terceiro e último dia da pré-temporada da Fórmula 1 indica um reequilíbrio de forças. E por tudo que se viu, é a Red Bull que arranca na frente, com Max Verstappen liderando os cronômetros com 1min28s9. Quem também se destacou foi o estreante japonês Yuki Tsunoda, surgindo no fim dos testes para brigar nos milésimos pela ponta, a bordo da AlphaTauri.

A volta, próxima da pole de 2020, já indica que os carros recuperaram a performance perdida com os cortes no assoalho e difusor promovidos pelo regulamento. Se a performance voltou, o equilíbrio dos carros está totalmente diferente. E isso talvez seja o principal elemento a sacudir a correlação de forças do Mundial.

Quem não se achou até aqui foi exatamente a toda poderosa Mercedes. Melhoraram, mas principalmente em voltas rápidas, com tanque mais vazio, o equipamento alemão mostra uma tendência grande de sair de traseira, principalmente ao tracionar nas saídas de curva. O resultado foram três rodadas ou saídas de pista de Lewis Hamilton. Ao anoitecer deste domingo, quando a pista ficou mais rápida, a potencial melhor volta do inglês, inclusive, foi para o brejo, ao acelerar na saída da última curva.

Rodou na frente de Nikita Mazepin, que até tirou uma onda no rádio da Haas F1. O mesmo problema de estabilidade permitiu que Fernando Alonso, com a Alpine, ultrapassasse com facilidade na reta, em outro momento. A cartada dos alemães será o dia de filmagens reservado para antes da estreia da temporada. Tempo curto para corrigir bastante coisa...

Quem teve motivos para pensar positivo no dia final foi, imaginem, a dona Ferrari. Carlos Sainz mostrou que o cavallino não está mais asmático e anotou o terceiro tempo. E poderia ter sido até melhor, não fosse um arranca-toco com Kimi Raikkonen, nos instantes finais do teste. Na correção por pneu e tempo, ainda foi uma performance inferior a McLaren e Alpine, mas o suficiente para respirar aliviado na comparação com o ano passado.

McLaren e Alpine foram discretas, contudo, ainda são as candidatas principais a terceira e quarta forças. Nos stints médios, os carros laranja perdem pouco até para a Red Bull e, com um truque esperto no difusor, parecem os carros com melhor tração no Bahrain. Daniel Ricciardo foi o sétimo, mas com potencial para muito mais. Lando Norris foi 11º.

Nos lados do time francês, nem parece que Fernando Alonso passou dois anos fora da F1 e, ainda por cima, acabou de voltar de uma fratura no rosto. O espanhol foi um dos pilotos que mais completou voltas e esteve no ritmo desde a primeira delas. De cara, já parece mais competitivo que Esteban Ocon. Com pneus duros, por sinal, ninguém teve um ritmo tão consistente quanto a Alpine. A velocidade para voltas de classificação, contudo, ainda deve impedir ir muito além de um lugar seguro no Q3. Vão ser interessantes os duelos táticos no meio do pelotão.

As duas "alf(p)a" vão querer participar dessa brincadeira, tudo indica. A AlphaTauri de tanques vazios pareceu uma arma poderosa, principalmente nos minutos finais com Yuki Tsunoda e sua sequência de voltas rápidas. Na simulação de corrida, contudo, perdeu por dez segundos para a Ferrari, o único outro time a completar uma dessas, com pit-stops. A Alfa Romeo, por sua vez, apareceu muito melhor do que em 2020 e mostrou um Kimi Raikkonen ligadaço como poucas vezes na vida. O cara completou 800 quilômetros de testes aos 41 anos e nem piscou por dorzinha no pescoço! De quebra, ainda cravou o quarto tempo dos testes, mesmo que ajudado por pneus super macios.

Chegamos, então, a outra grande incógnita. A Aston Martin... A reformada Racing Point começou otimista, mas acabou cheia de problemas, a maioria deles com Sebastian Vettel. Precisando de quilometragem, o alemão teve quebra de câmbio, falha eletrônica e, ainda, queda de pressão no turbo. Foi quem menos andou entre todos. No dia final, nem ele nem Lance Stroll anotaram tempos consideráveis. Uma previsão otimista indica a luta como quinta força, mas um sexto lugar parece mais provável.

Por fim, a turma do fundão. Ali, só a Williams tem motivos para empolgar um pouco. O super revisado FW43B parece cheio de potencial e, com George Russell, fez o sexto tempo do dia. Ainda assim, na correção de peso e pneu, os britânicos ficam devendo para sonhar com mais do que alguns décimos ou nonos lugares por mérito. A Haas, por sua vez, vai viver da empolgação dos novatos Mick Schumacher e Nikita Mazepin. Quase sem atualizações, é um carro desequilibrado pelo assoalho menor e que dificilmente deixará a última fila.

 


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895