Testes da F1 no Bahrein começam com Ferrari ainda na frente e Gasly rápido de pneus macios

Testes da F1 no Bahrein começam com Ferrari ainda na frente e Gasly rápido de pneus macios

Reformulado W13 chamou a atenção com aerodinâmica radical, mas teve bastante problema com porpoising

Bernardo Bercht

Gasly chamou atenção com volta rápida e Mercedes com nova aerodinâmica ultracompacta

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As equipes trouxeram suas últimas atualizações, a Mercedes puxou os flashes com suas "minilaterais" ultracompactadas e a AlphaTauri botou pneu macio para brilhar no fim com Pierre Gasly. Mas a tônica da Fórmula 1 no Bahrain ficou de novo em três questões: Ferrari consistente na liderança, saídas de frente e o agora já famoso corcoveio do "porpoising".

Foi um dia com probleminhas para vários times, com McLaren combatendo um problema de freios esquisito, Alpine parando um tempão para consertar um intercooler, Haas terminando o carro só para a segunda sessão... Mas desta vez todo mundo completou ao menos perto de 50 voltas para medir forças e definir acertos dos carros.

E de novo pareceu mais acertada a Ferrari, com Carlos Sainz e Charles Leclerc somando fácil mais de 100 voltas. Eles faziam a dobradinha no topo até a hora final. Mas aí, Pierre Gasly calçou pneus mais macios e fez uma bela volta com a AlphaTauri para liderar. É um carro bem mais arredio que a Ferrari e menos consistente em simulações de corrida, mas de novo competente para a briga dos pontos e pódios eventuais.

A Mercedes com seu reformado W13 causou frisson nos boxes e mostrou produzir muito downforce com sua grande superfície de assoalho livre para gerar pressão do ar. Só que a atualização agravou ainda mais o problema da equipe com o porpoising. Lewis Hamilton e George Russell sentiram bastante desconforto enquanto corcoveavam na reta principal. O fenômeno era tão forte que o assoalho chegava a bater e produzir faíscas.

Ainda assim, acumularam boa quilometragem, com 122 passagens completas, quase sempre no pneu intermediário C3. Russell foi o nono, com 1min35s9 e Hamilton um discreto 11º, já na casa de 1min36s. Os alemães ainda não desistiram de solucionar a questão sem precisar levantar o carro e perder desempenho nas curvas.

Aston Martin e Williams seguira na sua média de voltas rápidas com pneus macios e muito tempo nos médios com um desempenho compatível com o meio do pelotão. Lance Stroll, na melhor delas fez o quarto tempo para os verdinhos, com Alex Albon botando os azuis no quinto posto.

Foi um dia bem melhor também para quem quer entrar nessa briga e pontuar mais, a Alfa Romeo. Valtteri Bottas e Guang Zhou completaram quase o total dos testes em Barcelona apenas nesse primeiro dia nos Emirados Árabes. Foram 110 voltas. Bottas foi o sétimo mais rápido, bem mais contente já nas cores oficiais do time.

Sérgio Perez comandou mais um dia discreto com a Red Bull. O carro mais "gordinho" do grid certamente está escondendo um pouco de performance, apesar do seu peso extra. O mexicano foi sempre consistente e não andou com tanque vazio e pneus macios. No finalzinho, quando parecia que vinha para uma volta melhor, colocou uma roda fora da pista, rodou e ficou atolado, provocando bandeira vermelha e o fim dos trabalhos. Fechou com o décimo tempo e 138 voltas.

Chegamos então à galera que teve mais probleminhas. A McLaren já começou tendo que trocar a configuração do carro. Daniel Ricciardo passou mal e ficou no hotel. Lando Norris assumiu o comando, mas aí um problema de freios manteve o time nos boxes durante boa parte da manhã. Norris, enfim, saiu e completou 50 voltas para ocupar o sexto lugar.

A Alpine, por sua vez, teve uma manhã discreta com Esteban Ocon, sempre em stint longos de pneus duros. O francês fez 42 voltas e apenas o 13º tempo. Fernando Alonso assumiu o cockpit à tarde, mas depois de apenas 14 voltas, o carro superaqueceu. O time só conseguiu reparar o intercooler a uma hora e meia do fim das atividades. Com isso, o espanhol fez apenas 24 voltas. Ainda melhorou para superar Ocon e fez um belo duelo com Stroll na pista, mostrando que agora ao menos a asa móvel está funcionando.

Por fim, a Haas. O brasileiro Pietro Fittipaldi teve sua oportunidade de testar o novo carro, já com as cores sem patrocínio russo. Entrou na pista só durante a tarde e sempre com tanque cheio. Ficou perto do pelotão, mas com a última marca após fazer 47 voltas. Ficou mais preparado, contudo, caso tenha que substituir um dos pilotos oficiais, agora que confirmaram Kevin Magnussen ao lado de Mick Schumacher.


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