Verstappen crava pole, mas show é de Russell na classificação da F1 em Spa

Verstappen crava pole, mas show é de Russell na classificação da F1 em Spa

Britânico colocou Williams na primeira fila com volta inspirada sob chuva

Bernardo Bercht

Holandês capturou a ponta nos instantes finais

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Max Verstappen navegou sobre as águas nas Ardenas e cravou a pole-position para o GP da Bélgica de Fórmula 1. Mas o show mesmo no aguaceiro foi do britânico George Russell, que flertou com o primeiro posto e colocou a Williams em segundo, formando uma improvável primeira fila. Lewis Hamilton botou a Mercedes em terceiro, mas parece apostar num acerto com menos asa para atacar nos retões durante a corrida.

Lando Norris foi o showman das duas primeiras fases molhadas e virou o tempo mais rápido em ambas. Só que o britânico foi castigado por ser o primeiro da fila quando a chuvarada apertou no Q3. Enquanto Sebastian Vettel pedia a bandeira vermelha pelas condições ruins, a McLaren aquaplanava na primeia perna da Eau Rouge e batia com violência no muro de pneus. Por sorte, de traseira, que amorteceu o impacto enquanto se destruía o carro laranja.

Vettel, indignado, xingou no rádio e parou ao lado do carro do colega. Trocou alguns sinais e respirou aliviardo ao ver o "ok" de Norris no cockpit. Sessão interrompida e um forte candidato à pole-position fora do páreo.

Depois de uma longa pausa para consertar e limpar a pista, Hamilton puxou a fila e logo fez a melhor volta, com Verstappen e Bottas longe da sua marca. De repente, porém, surgiu no radar o leão de treino George Russell, e que leão! O britânico colocou a Williams em todos os lugares certos e, de repente, desbancava a Mercedes para cravar o melhor tempo.

Hamilton, com menos ângulo de aerofólio, esperando condições não tão chuvosas para a corrida, fez um esforço, baixou sua marca. Ainda assim, ficou a 19 milésimos da Williams. Mas ainda tinha Verstappen, que usou toda a aderência mecânica da Red Bull e seu talento destemido para estragar a manchete da zebra. Pole-position do holandês e o melhor lugar para tentar o contragolpe sobre Hamilton no campeonato.

Na bacia das almas, Daniel Ricciardo ainda mostrou o potencial da McLaren para ser quarto, seu melhor grid com os britânicos. O quinto foi outro especialista no molhado, Sebastian Vettel de Aston Martin, com Pierre Gasly em sexto de AlphaTauri. Sérgio Perez fez sua melhor volta cedo demais, com a pista ainda úmida em sétimo. Apagadíssimo, Bottas foi apenas oitavo num momento que o asfalto já estava bem seco, enquanto Esteban Ocon fechou em nono. Norris, se conseguir reparar o carro sem penalidades, será o décimo.

A chuva atrasou o início das atividades e prometia embaralhar as ações no Q1, e até deu alguns sustos. Mercedes, Alpine, McLaren... Uma galera ficou na berlinda até todo mundo decidir apostar nos pneus intermediários. Quando todo mundo fez suas voltas, a única fora da curva era a Williams, andando entre as líderes com seus dois pilotos.

Entre os degolados, Yuki Tsunoda pagou com a falta de experiência e ocupou o 17º lugar com o carro mais competitivo ali da turma do fundão. Antonio Giovinazzi fez o possível com uma Alfa Romeo que claramente não respondeu bem ao molhado e foi 16º, ainda sem conseguir passar de fase. Atrás dele, Mick Schumacher empurrou com a Haas o nada inspirado Kimi Raikkonen para a última fila, ao lado de Nikita Mazepin.

Veio o Q2 e a evolução da pista cobrou pedágio de quem apostou em usar menos asa, casos de Ferrari e Alpine; e até da Mercedes. Lewis Hamilton e Valtteri Bottas sofreram muito até encaixarem boas voltas e tiveram que usar três jogos de pneus intermediários. Ainda assim, seguiram ao Q3.

Quem não curtiu nadinha foram Charles Leclerc e Fernando Alonso. Enquanto Esteban Ocon pegou uma janela de melhora para colocar sua Alpine no top ten, o monegasco viu a chuva apertar exatamente quando passava no último setor e ficou em 11º. Alonso, que vinha melhor que o companheiro nos dois setores, não achou nenhuma tração depois da freada da chicane Bus Stop e acabou em 14º. Festa da Williams com Russell no Q3 de surpresa. E era só o começo, como sabemos...


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