Verstappen vence corrida maluca com naufrágio das Mercedes na Alemanha

Verstappen vence corrida maluca com naufrágio das Mercedes na Alemanha

Vettel largou em último e recuperou para segundo no fim, enquanto Daniil Kvyat fez pódio incŕivel com a Toro Rosso

Bernardo Bercht

Max Verstappen venceu GP de Hockenheim de Fórmula 1

publicidade

Uma corrida totalmente maluca gerou mais uma prova clássica na temporada 2019 da Fórmula 1 no GP da Alemanha. E esculhembou a festa perfeita programada pela Mercedes para os 125 anos de presença no esporte a motor. Lewis Hamilton e Valtteri Bottas bateram e abriram caminho para Max Verstappen fazer a festa dos holandeses com vitória da Red Bull. A doidera permitiu Sebastian Vettel recuperar de último para segundo, mas a insanidade foi total com o russo Danill Kvyat, certa feite defenestrada da categoria, completando o pódio com a Toro Rosso.

A chuva embaralhou todas as cartas várias vezes no GP da Alemanha. A largada com piso molhado teve Max Verstappen arrancando mal e levando o companheiro Pierre Gasly junto lá para trás. Kimi Raikkonen arrancou feito foguete e chegou a ser terceiro. Lá na frente, Lewis Hamilton saiu de forma imperial, sem dar chances para Valtteri Bottas.

O problema é que logo veio confusão, com Sérgio Perez rodando e batendo, causando um safety car. Quase todo mundo aproveitou para trocar os pneus de chuva por pneus intermediários. Kevin Magnussen tentou ficar na pista e foi logo engolido pela turma toda. Ajudou, porém, a gerar uma das grandes imagens da corrida. Acossado por Vettel, Kimi Raikkonen fechou a porta do alemão e em seguida se jogou por dentro da Haas para ultrapassar.

A essas alturas, o finlandês e Nico Hulkenberg da Renault eram os destaques da prova, com decisões acertadas de trocas de pneus e pilotagem impecável. Vettel, por exemplo, não conseguia acompanhar o ritmo da Alfa-Romeo de Raikkonen.

Mas tudo iria mudar com a pista secando sob chuva muito fraca. Lá na frente, Max Verstappen se aproximou de Bottas pelo segundo lugar, mas sem conseguir passar enquanto os pneus intermediários se desmanchavam no asfalto seco. Charles Leclerc ainda tentou avançar com pneus intermediários novos e funcionou para descontar a vantagem por um tempo. Em seguida, Vettel foi para pneus secos e o mesmo fez Verstappen. Só que a Red Bull optou por pneus médios e o holandês rodou na pista, sem temperatura na borracha.

Leclerc também parou para macios, enquanto Hamilton demorou para fazer essa escolha. Quando fez, o monegasco da Ferrari tinha tudo para passar, mas voltou a chover. A pista molhada fez Leclerc escorregar, sair de frente e bater no muro, ficando por ali mesmo. Na volta seguinte, Hamilton também passou reto e bateu de frente no muro, danificando o carro. Conseguiu, porém, ir aos boxes para trocar o bico e pneus. Com o safety car acionado, todo mundo trocou para pneus intermediários para uma nova corrida.

A grande armadilha era a curva antes da reta de chegada, qualquer errinho ali e o piloto acabava lançado numa área de escape extremamente escorregadia. Onde Ferrari e Mercedes já tinham bailado, Kimi Raikkonen escapou e teve que usar todo seu talento de corridas no gelo para voltar sem bater. Pouco depois, Hulkenberg se perdeu ali e não teve jeito, escorregou até encher o muro e acabar com suas chances.

Na volta 42, a grande dúvida era se a pista secaria ou não. E, nessas alturas, Max Verstappen era o líder, com Bottas e Hamilton atrás dele, mas o britânico punido por ter cortado caminho quando entrava extropiado nos boxes. A batida da Renault do Hulk, entretanto, acionou novo safety car e deixou os carros prateados babando atrás da Red Bull. A surpresa era Alex Albon com a Toro Rosso em quarto. O tailandês parou menos vezes que os rivais e quase sempre sob safety car, dando um grande salto para a zona de pontuação.

Enquanto o safety car circulava, o asfalto ia secando, prometendo mais reviravoltas. Aí, a Mercedes errou tudo e segurou os pilotos com pneus destruídos, enquanto Lance Stroll, Carlos Sainz e Daniil Kvyat davam as grandes cartadas ao parar para pneus slick. Quando todo mundo parou com bandeira verde, o canadense surgiu em primeiro com a Racing Point. Verstappen, contudo, passou em seguida, com muito mais ação. Ainda assim, o pódio improvável tinha ele e ainda Kvyat, com Bottas tentando chegar. Hamilton desabou para décimo segundo.

Kvyat foi para cima de Stroll e, com muito mais aderência que a Racing Point, passou na volta 52. A carreira do russo ressurgindo das cinzas! Lá no meio do pelotão, o maior trabalhador do dia era Raikkonen. O finlandês desabou com a tática errada da Alfa, mas foi para cima das Haas, primeiro fazendo grande ultrapassagem em Magnussen para ser décimo. Só que tomou o troco em seguida. Magnussen empolgou e bateu roda com Grosjean, tomando aquela bronca.

Bronca maior, Bottas rodou na primeira curva e encheu o muro de proteção para mais um safety car. O finlandês perdeu a frente, em seguida a traseira e se estabacou na mureta. Em dia de comemorar 125 anos de provas a Mercedes amargava sua pior corrida desde 2016, sem carros nos pontos.

E com a pista seca, a Ferrari finalmente podia mostrar que tinha o melhor carro do dia. De quinto, Vettel veio jantando todo mundo, passou Stroll e Kvyat para ser segundo, mas seguiu a maldição de não ganhar em 2019. Verstappen tinha folga suficiente e cruzou em primeiro, com o alemão em segundo e o improvável Kvyat em terceiro com a Toro Rosso. Ninguém vibrou mais que o russo ao cruzar a preto e branca. Dois carros Honda guardando troféus no armário.

O quarto foi Stroll, com Carlos Sainz em quinto, depois de até rodar, ficar atravesado no muro e voltar para mais brincadeira. O sexto foi Alex Albon, segurando ainda uma pancada de Pierre Gasly na traseira, com o batalhador Raikkonen em sétimo, seguido do colega Antonio Giovinazzi e das duas Haas, com Magnussen à frente de Grosjean. Mas não parou aí, horas depois do fim, a loucura foi tanta que as duas Alfa-Romeos foram punidas por irregularidades na embreagem. Com isso, o polonês Robert Kubica e a Williams voltaram a pontuar na Fórmula 1, com um décimo posto! Hamilton, todo errado, foi nono.


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895