Arquitetas destacam a importância do uso do BIM nas construções

O conceito de tecnologia BIM (Building Information Modeling ou Modelagem de Informação da Construção) é uma das novidades mais promissoras dentro do mercado de Arquitetura, Engenharia e Construção. Essa metodologia envolve o gerenciamento de informações dentro de um edifício, desde a fase inicial de projeto, criando um modelo digital que abrange todo o ciclo de vida da edificação.

O BIM pressupõe que o projetista modela o edifício virtual, desde a fase de concepção arquitetônica, passando pelos detalhes construtivos e finalizando com a quantificação rigorosa dos materiais e acabamentos. Isso tudo utilizando ferramentas de projeto que permitem gerenciar diversas equipes interdisciplinares, minimizando erros comuns ao processo de projeto em 2D. Ou seja, hoje é possível com tecnologia BIM criar uma edificação a partir da maquete eletrônica, gerando plantas, cortes e vistas, além de simular os detalhes estruturais, interferências externas e internas, avaliar as diversas infraestruturas de hidráulica, elétrica, climatização, automação, entre outros detalhes, de forma que cada um dos componentes criados no projeto seja automaticamente associado aos outros, gerando uma informação completa ao final do processo.

O uso do BIM pode, por exemplo, gerar uma quantificação automática e precisa nos orçamentos, minimizando a sobrecarga da atividade de orçamentação e reduzindo erros. Com ferramentas BIM ao modificar o projeto em 3D, todos os desenhos e documentos são atualizados e da mesma forma, os quantitativos são recalculados.

Conforme as arquitetas Pâmela Silveira e a Flávia Olicheski da Urbana Bim,  a empresa surgiu como um "agente unificador BIM".  E Pâmela complementa: "Compatibilizamos todas as disciplinas de uma construção em um modelo unificado. Gerenciamos a informação e coordenamos o processo da utilização do modelo. Também realizamos consultoria do processo de projeto BIM,  atuamos no desenvolvimento e na gestão de requisitos BIM, além da modelagem BIM dos projetos 2D, unificação e compatibilização, gerenciamento da informação e extração de quantitativos", destaca. 

Na avaliação de Flávia Olicheski, a implementação BIM já é uma necessidade nos escritórios de projeto, mas também se faz necessária nas empresas construtoras e incorporadoras. "O BIM é um sistema de vasta abrangência. Vai muito além da modelagem 3D paramétrica dos projetos, podendo ir ao 7D", ressalta. A especialista explica que, durante o desenvolvimento de um projeto em BIM, as entregas podem ser formadas pela evolução do modelo virtual, não mais pranchas plotadas, por exemplo. "A evolução do projeto deve ser em conjunto com todas as disciplinas, onde os projetistas complementares participam e acompanham o projeto, e não chegam apenas no fim", avalia. 

Conforme Pâmela, a sinergia entre o incorporador e seu time de projetistas precisará ser ainda mais forte, a fim de criar uma rede de informações que façam sentido do lançamento de projeto ao pós-obra. "Há alguns anos saímos da prancheta e papel vegetal para o ambiente virtual dos projetos desenvolvidos em computador. Hoje a mudança está em sairmos do 2D para, no mínimo, o 3D", analisa.