Grupo de jovens estudantes cria banco de imagens focado na representatividade de minorias no Brasil

Grupo de jovens estudantes cria banco de imagens focado na representatividade de minorias no Brasil

A plataforma Tem que Ter já está no ar e pode ser acessada no endereço: http://temqueter.org


Correio do Povo

Proposta é um laboratório de ideias lançado pela Safernet em parceria com o Google e a Unicef Brasil com o objetivo de estimular a produção de contra narrativas para o discurso de ódio e a discriminação online

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Percebendo a necessidade de fotos mais representativas nos bancos de imagens que servem como matéria prima para a comunicação de marcas, jovens estudantes de Design e Comunicação Visual, Publicidade e Propaganda e Psicologia apresentam uma plataforma inovadora e inclusiva: Tem que Ter é o primeiro banco de imagens focado na representatividade do público minoritário no Brasil. As integrantes do projeto se reuniram para participar do edital do Saferlab, um laboratório de ideias lançado pela Safernet em parceria com o Google e a Unicef Brasil com o objetivo de estimular a produção de contra narrativas para o discurso de ódio e a discriminação online. A partir daí, o projeto se desenvolveu com o auxílio de mentorias e imersões.

No início de 2018, o grupo – intitulado Viva Voz - tomou conhecimento deste projeto e se uniu para realizar a inscrição da equipe: “Éramos cinco entre os 1808 inscritos para participar do Saferlab e acabamos entre os 98 grupos selecionados para a primeira fase do projeto. A partir dali, entre encontros online, etapas de seleção, imersões e mentorias, o Tem que Ter foi sendo construído”, afirma o grupo. “A ideia veio do entendimento do papel social da propaganda, que tanto pode empoderar minorias ou reforçar os estereótipos. Acreditamos que o jeito que representamos pessoas em mensagens publicitárias impacta diretamente na percepção da sociedade em relação a elas, e ajuda a construir a narrativa de quem são essas pessoas em nossa cultura. Assim, passamos a nos questionar: como minorias são representadas na comunicação de marcas hoje? Aliás, elas são representadas?” complementam as estudantes.

Frente a tantos questionamentos, nasceu a ideia de criar uma ferramenta que fomentasse a diversidade na comunicação, através da disponibilização de imagens inclusivas. O grupo buscou trabalhar, inicialmente, com a representatividade LGBTI+ em suas fotografias, diante da identificação da maior parte das integrantes com a sigla. Através desse viés,  buscaram apresentar, também, outras faces da diversidade, quebrando estereótipos da propaganda brasileira.

A partir do lançamento do projeto, os usuários poderão fazer download das imagens da primeira etapa de produção, que conta com mais de 100 fotos em alta resolução, as quais trazem a diversidade em suas mais diversas formas. As fotografias, produzidas em Porto Alegre e São Paulo, além de apresentarem modelos LGBTs, buscam quebrar estereótipos da propaganda brasileira, aumentando a visibilidade de outras minorias.  A plataforma será lançada com o intuito de promover, também, a interatividade, através de uma curadoria. O grupo busca dar ao site um caráter colaborativo, após o lançamento, para que a comunidade alimente com conteúdos diversificados. Os usuários poderão construir o site com suas próprias fotografias, aumentando assim o acervo de imagens e as possibilidades de utilização do material por profissionais de comunicação.

A plataforma oferece a agências, empresas, profissionais autônomos e estudantes a oportunidade de engajar-se na luta pela representatividade. Além do fornecimento de imagens, a plataforma vem para provocar o mercado sobre o seu papel na manutenção de estereótipos e o impacto disso na sociedade. O Tem que Ter está aberto a novos parceiros. No primeiro momento, a plataforma está apta a receber novas fotos que sigam a temática proposta, e convida fotógrafos para alimentarem o banco.

O Viva Voz, composto por Ana Maria Antunes (estudante de Design e Comunicação Visual na ESPM – Sul), Betina Aymone (estudante de Psicologia na PUCRS), Fernanda Sanchis (estudante de Publicidade e Propaganda na ESPM-SUL), Manoela Haase (estudante de Design e Comunicação Visual na ESPM - Sul e Administração na Ufrgs) e Patrícia Richter (estudante de Publicidade e Propaganda na Ufrgs) trouxe a este coletivo suas habilidades técnicas e vivências únicas, agregando na formação da equipe como um todo. O compartilhamento de interesses e o engajamento com a causa proporcionou que as integrantes, em pouco tempo, criassem um laço e amizade, aumentando ainda mais a sinergia da equipe.

Tem que Ter  – Plataforma digital: http://temqueter.org

 


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