Habilidades necessárias para os empreendedores sobreviverem às mudanças
Diretor de inovação da multinacional francesa L’óreál apresentou as competências na Febravar
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"O mundo está mudando e precisamos pensar de formas diferentes, principalmente no varejo, que está totalmente diferente do que era antes”, afirmou o diretor de inovação da L’óreál, Andrea Iorio nesta terça-feira (29) na 7ª Feira Brasileira do Varejo. Iorio ministrou a palestra 6 competências essenciais para transformação digital, na qual falou sobre suas experiências no Groupon, Tinder e na multinacional francesa.
Iorio apresentou o termo grego Metanoia, como um resumo das habilidades necessárias para se desenvolver no cenário digital. “Significa mudar radicalmente a forma de pensar, mudar as ideias, como ‘pensar fora da caixa’”, disse. Para ele, as empresas não devem mais questionarem-se se precisam mudar ou não. Precisam pensar como devem mudar. “A transformação digital é uma mudança de comportamento. Não falamos de ferramentas e tecnologia, mas sim de pessoas”, enfatizou.
A primeira competência para ‘surfar na onda digital’ é a flexibilidade cognitiva. “A capacidade do cérebro para ter jogo de cintura. Precisamos educar o cérebro a desaprender e aprender”. Depois, a execução inovadora. Iorio enfatizou que inovação não tem a ver com a desenvolver um produto novo, mas sim, executar de maneira diferente o que já existe. “Inovação são novos processos, novas fórmulas de implementar”, afirmou.
Ser especialista em comportamento humano é a terceira habilidade para a transformação digital. “É entender o que as pessoas querem e nunca oferecer menos do que isso”, salientou Iorio. O diretor da L’oreál destacou que os seres humanos devem estar sempre no centro do negócio e as empresas precisam aplicar o modelo H2H (Human to human - na tradução humano para humano). “O altruísmo digital é a quarta competência. Temos que priorizar o ser humano nessa transformação digital”.
Como quarta habilidade, mencionou o pensamento crítico. “É preciso desafiar o status quo. Aprender a desaprender para depois ganhar um pensamento crítico”, disse. Iorio exemplificou que um dos recursos utilizados no Tinder foi aproveitado do mundo dos games. A equipe identificou que o swipe (arrastar para a direita ou esquerda) faria as pessoas permanecerem mais tempo no aplicativo do que se a opção fosse apertar. “É necessário identificar algo que acontece em outras áreas e levar para a nossa”, orientou.
Por fim, a última ferramenta é pensar num crescimento sustentável. “Hoje em dia é preciso beneficiar o ecossistema que trabalhamos. Temos que valorizar a experiência dos usuários é o que faz eles voltarem e até mesmo pagarem pelo seu produto”, explicou.
Iorio finalizou afirmando que na era digital o foco não é mais o produto, e sim o cliente, pois atualmente há uma infinidade de concorrência no mercado que amplia o poder de escolha do consumidor. E ele buscará o lugar onde teve a melhor experiência. “Para desenvolver essas competências e se dar bem na transformação, mude de rotina, pergunte não só o que deveria fazer, mas também o que poderia parar de fazer. Se pergunte se não está repetindo erros, desafie suas crenças”.