Uma vinífera mudança de carreira

Uma vinífera mudança de carreira

Daniel Panizzi deixou a carreira de farmacêutico para se dedicar integralmente ao segmento do vinho

Correio do Povo

Daniel Panizzi deixou a carreira de farmacêutico para se dedicar integralmente ao segmento do vinho

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Entrevista Exclusiva com Daniel Panizzi 

Mudar de profissão é uma tarefa que exige tempo, investimento e coragem para recomeçar. E o empresário Daniel Panizzi realizou essa escolha. Dedicado farmacêutico, durante anos ajudou a coordenar equipe de um hospital de referência na capital dos gaúchos. Em 2012 veio a mudança. Deixou para trás o jaleco e passou a dedicar-se, integralmente, ao segmento de vinhos e espumantes, assumindo como proprietário da vinícola Don Giovanni, em Pinto Bandeira, na Serra gaúcha. Nesta entrevista exclusiva para o Plano de Carreira do Correio do Povo, Panizzi fala sobre crescimento do mercado e como o segmento de vinhos está trabalhando para se manter em meio a pandemia, bem como os projetos futuros da Don Giovanni.

1) A vinícola Don Giovanni nasceu em meio a uma família tradicional no segmento de vinhos. Ao assumir o negócio da  família, como foi essa transição  profissional para você?

Apesar de ter me formado em farmácia e atuado na área por alguns anos, fiquei muito feliz pelo convite para assumir as operações da vinícola Don Giovanni. Sou natural de Bento Gonçalves, e o vinho faz parte do nosso dia a dia! Visto isso, a transição foi tranquila, pois o vinho está na nossa essência. Além disso, o vinho está ligado aos bons momentos da vida, à alegria! É um setor muito agradável para se trabalhar e que cada vez mais agrega a minha vida pessoal e profissional!

 
2) E como está sendo a sua atuação como gestor, frente ao grande impacto que a pandemia traz também ao mercado de vinhos?  

Sem dúvida um cenário de grandes desafios! O vinho depende de um planejamento a longo prazo. A uva que colhemos hoje, produzirá um vinho que será vendido no mínimo um ano depois. Isso requer um planejamento muito bem feito para que não haja falta de produto no futuro. Alinhado a isso, temos que trabalhar com toda a parte financeira. Com a pandemia, muitas dúvidas e incertezas aparecem, o que nos faz ter que tomar decisões estratégicas. Por outro lado, tivemos um cenário positivo que foi o aumento do consumo, o que também nos levou a rever o que já havia sido planejado, afim de atendermos a demanda que o mercado nos trouxe. Enfim, o cenário mudou e nos fez mudar nossa maneira de pensar e planejar.


3) Apesar do susto global e da evidente instabilidade em diversos setores da economia, a Don Giovanni continua crescendo. A que isso se deve?  

Primeiramente, pelo aumento do consumo de vinho em plena pandemia e, obviamente, pelo reconhecimento do consumidor que o produto brasileiro está ao lado de grandes vinhos produzidos em outros países. Além disso, as fronteiras fechadas, fizeram com que o turismo nacional crescesse muito, e isto refletiu diretamente no enoturismo.


4) Os consumidores estão cada vez mais valorizando o produto nacional?

Existia um pré conceito que os vinhos brasileiros não estavam à altura de grande produtos. Isso fazia com que o consumidor, na gôndola, optasse por um produto importado. Isso mudou e felizmente os consumidores também têm optado por consumir garrafas produzidas no Brasil. O resultado tem sido fantástico. Foi, sem dúvida, uma quebra de paradigma e hoje temos segurança e orgulho de abrir uma garrafa produzida aqui e colocar ao lado de outros produtores já consagrados. Foi um processo de evolução nos últimos anos, que agora podemos evidenciar.

 
5) Vocês foram pioneiros no desenvolvimento do enoturismo em Pinto Bandeira. Como vocês avaliam a evolução deste trabalho, especialmente, na última década?

 Acredito que não existe região vitivinícola no mundo sem Enoturismo. Nos últimos anos a evolução foi positiva. Tivemos um aumento de investimentos, por exemplo gastronômicos, além de outros atrativos, para atender o aumento significativo do fluxo turístico. O crescimento não para e estamos atentos para evoluirmos cada vez mais com o objetivo de atender melhor nosso turista.

 
6) O que podemos esperar para o futuro dos negócios na vinícola?

Continuaremos buscando evoluir nos processos que dizem respeito aos produtos sempre olhando para novos investimentos diretamente ligados ao Enoturismo! Sempre em busca de novidades! Precisamos estar em constante evolução sempre procurando conhecer e entender os desejos dos nossos clientes para melhor atendê-los.


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