Aberta temporada de caça "partidária"

Aberta temporada de caça "partidária"

Migrações de lideranças devem impactar no desempenho eleitoral

Taline Oppitz

Plenário da Assembleia Legislativa gaúcha, onde os deputados discutem e votam os projetos

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Foi aberta nesta quinta-feira a temporada de caça. Partidária. Desta quinta-feira até 1° de abril, está em vigência a chamada janela ou o troca-troca partidário, quando deputados federais, estaduais e distritais podem mudar de partido sem qualquer risco de perda dos mandatos. As articulações e negociações, que ocorrem há tempos, agora se tornam realidade, com as migrações de lideranças que podem reforçar o desempenho eleitoral de seus futuros partidos tanto nas proporcionais quanto nas chapas majoritárias.

Entre as debandadas estimadas, o Dem, que se fundiu com o PSL, criando o União Brasil, deve ser uma das maiores. O destino da maioria dos líderes deve ser o PL, partido escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para disputar à reeleição presidencial. O PTB também deve perder muitos líderes, em função dos problemas e rachas internos e das constantes interferências do presidente nacional, Roberto Jefferson, que deixaram mágoas e companheiros de partidos insatisfeitos. Outro partido que deve enfrentar baixas, ao menos no Rio Grande do Sul, é o PSDB. Com a ida do governador Eduardo Leite para o PSD, para concorrer ao Palácio do Planalto, que deve ser oficializada ainda neste mês, a expectativa é a de que ala de líderes tucanos sigam o mesmo caminho.

A janela partidária foi instituída na reforma eleitoral de 2015. Neste ano, no entanto, apenas deputados serão beneficiados, em função de entendimento do Tribunal Superior Eleitoral, de 2018, de que apenas podem utilizar a janela legisladores que estiverem no final de seus mandatos. Os atuais vereadores, por exemplo, somente poderão usufruir da liberdade sem riscos de perderem suas cadeiras antes das próximas eleições municipais, em 2024.


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