Decreto que desobriga máscaras em crianças será questionado por PDL na Assembleia

Decreto que desobriga máscaras em crianças será questionado por PDL na Assembleia

Deputados alegam ilegalidade por parte do governo gaúcho ao suspender o uso obrigatório de máscaras para menores de 12 anos

Taline Oppitz

Setores estudantis defendem a manutenção do uso das máscaras por pelo menos mais 15 dias

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Além de estar sendo questionado na Justiça, o decreto do governo gaúcho que desobriga o uso de máscaras para crianças até 12 anos, tornando a medida apenas recomendável, enfrentará uma nova reação, desta vez no campo Legislativo. Segundo a deputada Sofia Cavedon, será apresentado à mesa diretora da Casa um projeto de decreto legislativo (PDL), ferramenta utilizada para anular ações do Executivo. O texto, de acordo com a parlamentar, já está praticamente finalizado e tem como base a ilegalidade da ação do Executivo devido à legislação federal, de fevereiro de 2020, que determina a obrigatoriedade e que ainda está em vigência no país.

Paralelamente, o Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe/RS) divulgou comunicado nesta terça-feira em que defende que a manutenção do uso das máscaras seria prudente por pelo menos mais 15 dias. Na nota, o sindicato orienta que as escolas particulares analisem a situação epidemiológica local, os índices de vacinação dos seus alunos e, juntamente com o Centro de Operações de Emergências da Saúde (COE), decidam pela retirada, ou não, da obrigatoriedade da máscara.

O sindicato acredita que nas próximas semanas deverá haver um pico de contaminação pela Covid em função do Carnaval e, por isto, se posicionou pelo prosseguimento da utilização dos protetores faciais. O presidente do Sinepe, Bruno Eizerik, ponderou, no entanto, que o sindicato irá apoiar qualquer decisão das instituições e que, nos municípios onde estejam em vigência decretos municipais exigindo o uso da máscara por menores de 12 anos, as escolas particulares devem seguir a norma local.

Apesar de todas as reações contrárias, deflagradas pelo temor do aumento do contágio no público infantil, por ora, o governo segue em silêncio e ainda não deu sinais de que poderá rever o decreto editado na noite de sábado. 

Mais oito mil alunos na rede estadual

Após o feriado de Carnaval, milhares de alunos retornarão às salas de aula, depois de apenas uma semana de volta ao formato integralmente presencial. Segundo a secretária estadual de Educação, Raquel Teixeira, das 2.376 escolas da rede pública estadual, apenas 25 ainda não reabriram e os estudantes estão tendo aulas em locais alternativos. A secretária destacou ainda que apesar do temor de ampliação da evasão escolar com a pandemia, a rede estadual identificou a ampliação de oito mil alunos. Parte deles, migraram da rede privada em função da crise econômica que atingiu as famílias. 


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