Desfechos da CPI são uma incógnita

Desfechos da CPI são uma incógnita

Enquanto isso, superpedido de impeachment contra Jair Bolsonaro, reuniu oposição de diversas matizes e ex-aliados do presidente

Taline Oppitz

Postura de Carlos Wizard na comissão foi totalmente distinta da disposição que demonstra nas redes sociais e na defesa do tratamento precoce

publicidade

A não testemunha desta quarta-feira na CPI da Covid, no Senado, foi o empresário Carlos Wizard, que permaneceu praticamente todo o tempo em silêncio, com base em habeas corpus obtido no Supremo. Wizard é apontado como um dos integrantes do suposto gabinete paralelo de aconselhamento do presidente Jair Bolsonaro no enfrentamento à pandemia. Sua postura na comissão foi totalmente distinta da disposição que Wizard demonstra nas redes sociais e na defesa do tratamento precoce.

Enquanto o empresário utilizava variações da frase “respeitosamente, vou permanecer em silêncio”, a mobilização era grande na Câmara dos Deputados com o protocolo do superpedido de impeachment contra Jair Bolsonaro, que reuniu oposição de diversas matizes e ex-aliados do presidente. Entre eles, MBL, Kim Kataguiri, PT, Psol, PSTU, entre outros. O grupo reúne aproximadamente 140 deputados federais.

Para aprovação de eventual pedido de impeachment são necessários 342 votos. O processo conta com 271 páginas e elenca mais de 20 acusações contra Bolsonaro, que já constam em outros 120 pedidos que estão na Casa. Por ora, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), aliado do Planalto, não dá sinais de que levará o caso adiante, mas é inegável que o movimento amplia a pressão. Os desdobramentos da CPI, no entanto, que tem como um dos focos principais o episódio da Covaxin, são uma incógnita.

Até aqui, a crise política foi ampliada, mas as proporções que ela pode tomar ainda são incertas. O cenário conta também com os atos contra o presidente, que têm levado milhares às ruas. A chamada tempestade perfeita, portanto, não pode ser descartada dependendo do que virá pela frente e apesar da reação da economia. 


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895