MDB nacional eleva pressão por apoio a Leite no RS

MDB nacional eleva pressão por apoio a Leite no RS

Emedebistas se reúnem na próxima semana referendar a candidatura própria ao Piratini

Taline Oppitz

Com este cenário, Gabriel (E) como vice de Leite (D) pode representar uma saída

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A cúpula nacional do MDB deu mais um passo no episódio envolvendo a pressão para que o partido apoie a pré-candidatura de Eduardo Leite (PSDB) no Rio Grande do Sul. Em reunião da executiva nacional do MDB, na manhã de quarta-feira, em Brasília, foi aprovado, por unanimidade, o indicativo em favor da aliança com o PSDB e com o Cidadania, que estão em federação, para a disputa ao Palácio Piratini. “A chapa única é fundamental para o projeto em torno de Simone Tebet”, diz a frase final da publicação feita nas redes sociais. O movimento do MDB nacional é inédito e vai além de um gesto simbólico.

Cerca de uma hora após a manifestação do MDB nacional nas redes, foi a vez de o presidente estadual do partido, Fábio Branco, romper o silêncio. Também na web, Branco postou: “Respeito o MDB Nacional, mas a decisão sobre as eleições no Rio Grande do Sul será do MDB gaúcho, como sempre foi. Reafirmo a candidatura própria ao governo do Estado. Vou convocar a Executiva para acionar nossas instâncias partidárias e deliberar o assunto”. De fato, o MDB gaúcho sempre tomou suas decisões e foi protagonista nas últimas dez eleições ao Piratini, elegendo quatro governadores (Pedro Simon, Antônio Britto, Germano Rigotto e José Ivo Sartori).

Nacionalmente, no entanto, o partido sempre optou por situação distinta. Nas corridas presidenciais, o MDB lançou Orestes Quércia, em 1994, e o cristão novo Henrique Meirelles, em 2018. O MDB, no entanto, nunca esteve apartado do poder. Pelo contrário. Agora, a diferença é que, equivocadamente ou não, já que as chances da viabilidade de uma terceira via são remotas, o MDB aposta para valer na pré-candidatura de Tebet.

Paralelamente, o PSDB, que sempre lançou candidatos ao governo federal mas que deixou de ser protagonista na polarização nacional, precisa reforçar o palanque de Leite no Estado, já que a gestão do tucano por aqui é explorada como vitrine para o Brasil. E nenhuma das forças está disposta a desistir. 

Pressão ficará cada vez pior
O MDB gaúcho, que demorou para reagir institucionalmente, deveria escolher outro caminho, que não o enfrentamento com a cúpula nacional do partido. Apesar das interferências nacional e local de tucanos no processo, o que vem irritando e unindo emedebistas gaúchos em torno da candidatura própria, o recado foi dado. E foi claro. A palavra usada pela executiva nacional do “indicativo”, mas não há dúvidas de que, sem recuo por aqui, o apoio nacional, que envolve recursos, será cortado sem dó nem piedade. Com este cenário, Gabriel como vice de Leite representaria uma bela saída. 

Em tempo (1):  Em sua manifestação na reunião da executiva nacional do MDB, o deputado federal Osmar Terra afirmou que a base do partido no Rio Grande do Sul é “anti Eduardo Leite e que eventual apoio ao tucano será um desastre e irá destroçar o partido”. 

Em tempo (2): O MDB de Porto Alegre convocou o diretório municipal no dia 4 de julho, às 18h30min, para referendar a candidatura própria ao Piratini e repudiar interferências externas. 


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