Recorte da política brasileira

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Briga na Câmara de Porto Alegre evidência a politização exacerbada

Taline Oppitz

Durante o tumulto, vereadores e manifestantes foram agredidos

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A sessão na Câmara de Porto Alegre que discutia o veto de Sebastião Melo (MDB) à emenda que estabelecia a exigência do passaporte vacinal se transformou em campo de guerra. A briga foi generalizada e não envolveu apenas militantes favoráveis e contrários ao passaporte, mas também vereadores. Claudio Janta, que defende a iniciativa, chegou a ser mordido por um manifestante. Um cartaz estampando uma suástica também foi levado às galerias do plenário, escancarando o absurdo da situação.

Após o tumulto, a Casa divulgou nota afirmando que repudia com veemência qualquer tipo de manifestação política que utilize o expediente da violência, que a Câmara é a expressão da democracia, que não aceitará apologia à suástica, e que os que buscam impor suas vontades pela força ou pelo terror nunca terão guarida e serão responsabilizados. O que se viu na Câmara, infelizmente, é um pequeno recorte da situação instaurada no Brasil, em que o pensar diferente do outro torna-o um inimigo e em que todos os temas são politizados ao extremo. A arte da política e do parlar deram lugar ao ódio e à violência, que ferem a democracia, em posturas completamente burras e irracionais.

Em tempo: se a Câmara de fato visa responsabilizar os culpados, precisa ficar atenta a movimentos de vereadores, públicos e em grupos de WhatsApp. 


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