Sebastião Melo fala em desestatizar “o máximo possível”

Sebastião Melo fala em desestatizar “o máximo possível”

Manifestação do prefeito ocorre no momento em que servidores da Carris prometem greve a partir desta segunda-feira

Taline Oppitz

Prefeito, Sebastião Melo, em reunião com Rodoviários e funcionários da Carris, no último dia 12

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A semana começará marcada por protestos dos rodoviários, nesta segunda-feira, às 4h, na porta da garagem da Carris. O ato, que é o segundo desde a última semana, é contra a privatização da companhia e em defesa dos cargos dos cobradores. Um dos projetos do pacote do Transporte Coletivo, encaminhado por Sebastião Melo (MDB) à Câmara, prevê a extinção gradual da função até 2026.

A prefeitura montou operação para evitar transtornos aos usuários. Entre as iniciativas, 20 ônibus da Carris terão proteção da Brigada Militar e outros 20 extras serão colocados em circulação pelas empresas privadas. Segundo Melo, a desestatização da Carris irá proporcionar uma passagem mais barata. O emedebista reforça que Porto Alegre tem uma das passagens mais caras do país devido ao excesso de isenções e uma empresa pública que gasta 21% a mais por quilômetro rodado do que qualquer consórcio privado.

“A cada mês, o presidente da Carris vai ao meu gabinete fazer apelo para que eu libere R$ 6 milhões para pagar salários e despesas. O faturamento da Carris hoje não suporta a operação. Há excesso de funcionários, cerca de 140 mecânicos, quando são necessários apenas 40, compras mais caras, e muita atividade meio. Isto levou a um passivo trabalhista de cerca de R$ 30 milhões”, disse Melo à coluna neste domingo.

O prefeito está convencido, e não irá recuar, de que desestatizar a companhia representará melhoria nos serviços prestados à população. Melo mencionou que durante ação, sábado, na Vila dos Sargentos, perguntou aos moradores se houve melhora no atendimento após o ingresso da atuação do Hospital Vila Nova no local e que as respostas foram todas afirmativas. “Vamos seguir prestando serviços públicos, mas com parceiros privados e desestatizar o máximo possível”, defendeu o prefeito.

Em tempo: três ônibus tiveram seus sistemas adaptados e estão sendo testados para rodarem sem cobradores e com tarifa a R$ 4,00. 


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