Garruchos resgata sua história por meio do artesanato

A prática do artesanato nasceu em Garruchos com o objetivo de aproveitar a lã dos ovinos, uma atividade econômica forte no município, para confecção de vestuário ou de utensílios para uso no dia-a-dia. Essa atividade estava sendo deixada de lado nos últimos anos, mas ganhou um novo fôlego, com a produção de palas, xergões, coletes, mantas e outras peças.

Associada do grupo Mulheres Integradas, da comunidade de São José Velho, Narely Ramos Chaves destaca que a intenção é valorizar a lã, “que é uma cultura muito antiga do município e que já vinha sendo esquecida, sendo que com o artesanato, é possível trazer à tona nossas origens”. O grupo surgiu a partir de um projeto desenvolvido com recursos da Endesa Cien e apoio da Prefeitura.

De acordo com dados disponibilizados pela Emater/RS-Ascar, existem hoje aproximadamente 7.500 cabeças de ovinos no município, sendo principalmente das raças Texel, Ideal e Corriedale. A principal finalidade desta criação é a produção de carne para consumo em pequenas propriedades e a venda da lã.

A extensionista rural, Cassiana Maria Marin Krebs, destaca que, ao desenvolver o artesanato, “as mulheres constroem conhecimento e geram renda, bem como propagam técnicas e conhecimentos de seus antepassados, estimulando a divulgação e trabalho que caracterizam nossa região”.

O resultado do trabalho artesanal em Garruchos logo irá entrar em contato com outros municípios. Diversos artistas preparam-se para apresentar suas obras para as demais regiões do estado, na etapa regional do Concurso Virtual de Artesanato em Lã Ovina do Rio Grande do Sul. Organizadas com apoio da Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), as artesãs possuem o objetivo de se classificar para a fase estadual do Concurso Virtual, que ocorre dentro da programação da Expointer, no dia 10 setembro de 2021, com o envolvimento das demais regiões do Estado.