Pacientes reumáticos e as vacinas contra a Covid-19

Pacientes reumáticos e as vacinas contra a Covid-19

Especialistas debatem a vacinação contra o novo coronavírus neste grupo de pacientes

COLABORE

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As doenças reumáticas estão entre as 22 enfermidades crônicas do cronograma Plano Estadual de Vacinação, que define a imunização contra a Covid-19 no Rio Grande do Sul. Isto significa que, após a vacina da população acima de 60 anos, pacientes reumáticos a partir dos 40 anos poderão ser vacinados.

Este foi o tema de debate entre médicos reumatologistas do Rio Grande do Sul um encontro on-line que também abordou outros temas relacionados a Covid-19. O objetivo foi uma troca de experiências e informações sobre a doença e seu impacto na prática clínica da especialidade.

Claiton Brenol, presidente da Sociedade de Reumatologia do Rio Grande do Sul (SRRS), destacou a presença dos reumatologistas na linha de frente da pandemia e nos estudos sobre a doença. “A pandemia modificou completamente nossas rotinas profissionais. Precisamos compartilhar informações sobre o impacto da pandemia na população de pacientes reumáticos e discutir estratégias para manter a assistência médica da melhor forma possível”.

O especialista revela que estão incluídos no grupo prioritário, os pacientes reumatológicos portadores de doenças reumáticas imunomediadas (DRIM), como artrite reumatoide, espondiloartrites e lúpus eritematoso sistêmico, em uso de dose de prednisona (ou equivalente) > 10 mg/dia ou recebendo pulsoterapia com corticóide e/ou ciclofosfamida, bem como, demais pacientes em uso de imunossupressores. Para comprovar a comorbidade, os pacientes poderão fazer um pré-cadastro no Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (PNI). Também é possível apresentar um documento que comprove o diagnóstico de DRIM e dos tratamentos: laudo de Medicamento Especial (LME) do SUS, relatório médico ou prescrição médica.

Ele destaca que, para a maioria dos tratamentos, não há nenhuma necessidade de modificações em relação às doses e posologias usuais. No entanto, podem ser planejados ajustes para alguns medicamentos para melhorar a resposta à vacina, desde que haja concordância do médico assistente.  

O encontro ocorreu na manhã de sábado (24), e teve a presença de palestrantes convidados que falaram sobre estudos e cenários da doença e sobre a conduta dos médicos e dos pacientes neste processo. O professor Dr. Ivânio Alves Pereira, Professor da UNISUL e Chefe do Serviço de Reumatologia do Hospital Universitário da UFSC, falou sobre a desregulação imunológica e o papel das terapias imunomoduladoras. O Dr. Eduardo Sprinz, professor do Departamento de Medicina Interna da UFRGS e chefe do serviço de infectologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, trouxe a visão da especialidade da infectologia sobre a pandemia. Ele apresentou uma linha do tempo da Covid-19.

O encontro debateu ainda sobre os mitos e verdade das vacinas contra a Covid-19, bem como manejo da infecção nos pacientes imunossuprimidos. Este tema foi abordado pelo Dr. Álvaro Furtado Costa, médico infectologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. O evento teve a presença do presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia, Ricardo Xavier.


Correio do Povo
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