Eduardo Leite vai a entidades e alerta para a crise no RS

Eduardo Leite vai a entidades e alerta para a crise no RS

Governador fez maratona de reuniões com servidores do Estado

Luis Sérgio Dibe

Eduardo Leite e Helenir Schürer conversaram sobre desejo do governo de ajudar servidores do Magistério

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O governador do Estado Eduardo Leite (PSDB) deu partida, nessa quarta-feira, ao processo de negociação com representações de servidores públicos estaduais, compromisso que havia assumido desde a campanha eleitoral. Durante os turnos da manhã e da tarde, Leite manteve reuniões com dirigentes da Associação dos Oficiais da Brigada Militar (Asof-BM), da Associação dos Delegados de Polícia (Asdep-RS), do Cpers/Sindicato e da Federação dos Servidores (Fessergs). Nos quatro compromissos, o governador prometeu permanente diálogo e afirmou que buscará estabelecer convergências entre os planos do governo e o interesse dos servidores, porém alertou que não deixará de agir diante de eventuais divergências.

“Não quero ser o governador que não toca em temas polêmicos, nem quero ser o governador que atropela todo mundo e que decide tudo pautado apenas pela convicção pessoal. Todos, sem exceção, serão chamados para contribuir com sua parcela de esforço pela recuperação do Estado”, apontou Leite, num dos encontros.

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Em cada entidade que visitou, o governador sustentou que a iniciativa privada foi “chamada” através da manutenção das alíquotas do ICMS e será convocada novamente através da revisão dos benefícios fiscais, tema que tem ganhado importância no atual cenário de crise, conquistando a adesão tanto de integrantes do Parlamento, quanto das representações da sociedade civil.

“Servidores e poderes de Estado também terão que participar deste esforço. Quando alguns se recusam a participar, uma iniciativa desta natureza começa a gerar desconfiança. É como olhar para a árvore da nossa casa e esquecer da floresta. Como sou governador, tenho o dever de olhar para a floresta”, argumentou.

Sem detalhar propostas, Leite resignou-se a dizer que a revisão de componentes das carreiras públicas vai decorrer de um diagnóstico que está sendo finalizado pelas instâncias de governança do Piratini. Por outro lado, durante a reunião com dirigentes do Cpers, mencionou que há disposição de pagar integralmente o valor do piso nacional do magistério, contanto que os professores consintam a revisão sobre os chamados “penduricalhos”, apelido dado a benefícios e vantagens aplicados sobre as remunerações como compensação pela impossibilidade de promover melhorias salariais ao longo de décadas.

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Cobrado mais de uma vez pela presidente da entidade, professora Helenir Schürer, sobre a definição de um prazo para o pagamento dos salários do funcionalismo em dia e também de divulgação prévia sobre os atrasos, Leite assumiu compromisso de trabalhar junto à Fazenda pelo atendimento aos pedidos. “Sabemos que não concordaremos em tudo, mas agradecemos pela disposição em nos ouvir. Queremos participar das decisões que impactam a nós e ao nosso trabalho. E o senhor pode esperar da gente transparência e honestidade nas negociações”, ponderou Helenir.

Leite ouviu as reivindicações dos professores ao lado do vice, Ranolfo Vieira Júnior (PTB), do secretário-chefe da Casa Civil, Otomar Vivian (PP), e do secretário da Educação, Faisal Karan (PSDB), que comprometeu-se a ouvir sugestões da entidade antes de encaminhar proposta de reorganização das Coordenadorias Regionais (CREs).

Policiais pedem melhorias 

Em encontros com delegados da Polícia Civil e oficiais da Brigada Militar, o governador Eduardo Leite (PSDB) recebeu documentos contendo a pauta de reivindicações de cada uma das categorias. Na Asdep, o delegado Cleiton Freitas, presidente da entidade, descreveu as dificuldades enfrentadas pelos delegados no exercício de suas funções, qualificou a condição das delegacias como sucateadas e pediu atenção para a recuperação das estruturas. 

“Há poucos dias, visitei várias delegacias e me deparei com prédios inadequados, tomados por cupins e sem uma estrutura digna aos policiais. Isso cria um sentimento de impotência nos delegados”, indicou. Freitas abordou a recomposição salarial e defendeu a necessidade de valorizar a carreira dos policiais civis. Leite observou que o governo precisa estabelecer o equilíbrio das contas para poder atender aos pedidos. 

Na Asof-BM, o governador recebeu uma série de propostas, entre as quais estão os pedidos de manutenção da integralidade e paridade entre ativos e inativos, de reposição da inflação acumulada no últimos anos e de conversão do modelo remuneratório para subsídio. Aos oficiais da BM, Leite afirmou que conta com o esforço de todos para a recuperação econômica do Estado. 

Fessergs pede para ser ouvida 

Na Federação dos Servidores (Fessergs), Eduardo Leite (PSDB) ouviu posicionamentos de cerca de 40 categorias lideradas pelo presidente Sérgio Arnaud. “Queremos a garantia de que haverá diálogo, o restabelecimento do pagamento em dia, recomposição das perdas inflacionárias e revisão das extinções das fundações estaduais”, resumiu Arnaud. Para ele, a crise no Estado está relacionada à necessidade de incremento na receita e não pode ser enfrentada apenas no controle da despesa. Leite prometeu abordar temas como revisão de isenções e combate à sonegação fiscal.


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