A volta da torcida no Campeonato Gaúcho

A volta da torcida no Campeonato Gaúcho

Juventude e Inter abrem, na próxima quarta-feira à tarde, o Gauchão 2022, que contará com a presença de torcedores na arquibancada depois de uma edição com estádios vazios em razão da pandemia da Covid-19

Na próxima quarta-feira à tarde, Juventude e Inter abrem o Campeonato Gaúcho de 2022 com um duelo no estádio Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul. Na primeira fase, os 12 times jogam entre si e os quatro melhores avançam

Por
ARTHUR RUSCHEL

O Campeonato Gaúcho de 2022 que começa na próxima quarta-feira chega com um ingrediente especial. O 12º jogador que, para alguns, serve de incentivo, para outros, é a pressão que vem do alambrado. A torcida está de volta. Devido à Covid-19, a última edição do Estadual foi realizada com portões fechados. O decreto editado pelo governo do Estado em novembro liberou a presença nos estádios por completo – seguindo os protocolos já vigentes como uso de máscaras, distanciamento social e exigência de vacinação. A Federação Gaúcha de Futebol (FGF) divulgou os protocolos a serem adotados este ano. Algumas orientações devem se repetir, como testagem de atletas, limite de profissionais em campo e critérios para liberação em casos positivos.

Os 12 times jogam entre si em turno único. Os quatro melhores avançam para a semifinal em jogos de ida e volta, assim como na final – desta vez, sem o critério do gol qualificado. Os dois últimos colocados serão rebaixados para a Série A2. Inter e Juventude, no Alfredo Jaconi, na quarta-feira à tarde, abrem a competição.

Em janeiro, o CP conversou com dirigentes dos 12 clubes. As expectativas são as mais variadas. Desde o novo técnico do Inter à reformulação no Grêmio após o rebaixamento na Série A. Mas há mais a dupla de Caxias do Sul, o Brasil com a força da torcida Xavante e o retorno do Guarany, após 13 anos.

AIMORÉ

Uma das principais forças da Região Metropolitana, o Aimoré chega ao Gauchão 2022 mirando a parte de cima da tabela. Nas projeções da diretoria, o trabalho deste ano irá se basear em pilares como aproveitamento da base, manutenção do elenco aliada a reforços pontuais e uma comissão técnica capitaneada pelo técnico Rafael Lacerda.

BRASIL

Na memória da torcida Xavante, o ano de 2021 serve para ser esquecido. Depois de seis anos na série B do Brasileirão, o Brasil não apresentou um bom futebol e caiu para a série C. A disputa do Gauchão, segundo o presidente do clube, Evânio Tavares, servirá como o primeiro passo da “retomada da dignidade” do clube. O Brasil optou pela manutenção do técnico Jerson Testoni.

CAXIAS

Sob o comando de Rogério Zimmermann, o Caxias não quer mais bater na trave quando o assunto é Gauchão. Em 2021, caiu na semi. No ano de 2020, foi superado pelo Grêmio na final. Em 2019, novamente, não passou da semi. O clube já anunciou nomes como o centroavante Batista, ex-Esportivo, e o atacante Gustavo Custódio, ex-Bahia, além do lateral-direito, Léo Oliveira, que chega do Capivariano.

GRÊMIO

Para o Tricolor, o 2022 será de reformulação. O clube chega ao Gauchão com outra realidade financeira imposta pelo rebaixamento. Os reforços são Martín Benítez, Janderson, Orejuela, Bruno Alves e Nicolas. No planejamento, o Grupo de Transição inicia o Estadual e o grupo principal entra após a terceira rodada. Alguns jogadores que disputaram a Copa São Paulo já foram integrados ao grupo.

GUARANY

A história do Campeonato Gaúcho é interligada ao Guarany. Campeão nas décadas de 1920 e 30, o clube de Bagé retorna à elite do Estadual após amargar longos 13 anos afastado da principal competição do Estado. Nas palavras do vice- presidente do clube, Cléo Coelho, trata-se de uma “nova era para clube” da Rainha da Fronteira.

INTER

No Beira-Rio, as expectativas estão todas voltadas para o novo técnico Alexander Cacique Medina. Desde de 2016, o Inter não levanta a taça do Gauchão, porém, segundo o vice de futebol, Emílio Papaleo Zin, o treinador está ciente da responsabilidade. O elenco sofreu algumas mudanças, como as saídas de Patrick e Renzo Saravia. Wesley Moraes, Liziero e o ídolo, D’Alessandro chegam para serem opções.

JUVENTUDE

O Ju prende-se à permanência na Séria A como um dos potencializadores para uma boa campanha no Gauchão. O clube teve dificuldades para manter peças importantes que se destacaram na temporada passada, como o meia Guilherme Castilho, que retornou ao Atlético-MG, mas manteve jogadores importantes como Chico Kim. Nomes como Darlan e Paulo Miranda, do Grêmio, chegam como reforços.

NOVO HAMBURGO

Último clube do Interior a conquistar o Gauchão, o Nóia tem ainda em sua essência o título de 2017. Para o estadual, o Novo Hamburgo conta com reforços como o lateral-direito Léo, que esteve na campanha vitoriosa do Anilado, o goleiro Raul, ex-Juventude, e a manutenção de atletas como o atacante paraguaio Héctor Bustamante. O elenco é coordenado pela experiência do técnico Fabiano Daitx.

SÃO JOSÉ

Trazido ainda no decorrer da Série C do ano passado, o técnico Luiz Roberto Magalhães, o Pingo, segue no comando para a disputa do Gauchão. “Prezamos pela manutenção e sequência. A base do Pingo é o que mais nos agrada. É um profissional que chega com a nossa confiança, é um cara agregador, e os jogadores aceitaram muito bem a ideia de jogo do treinador”, avalia o gerente-executivo do clube, Luciano Oliveira.

SÃO LUIZ

Ainda em dezembro, o Conselho Deliberativo do São Luiz aprovou o orçamento para 2022: R$ 4 milhões. O valor custeará a participação no Gauchão e na Série D do Brasileirão. Conforme o presidente, Lauro Hass, o clube ainda pretende acrescentar jogadores ao elenco – o Rubro já conta com peças como o meia Paulinho Santos, ex-Caxias, e o atacante Taiberson, ex-Inter.

UNIÃO FREDERIQUENSE

No caso do União Frederiquense, a conquista da Divisão de Acesso do ano passado é tratada como uma espécie de força motriz para o início do Gauchão. O clube manteve boa parte do elenco da temporada passada, acrescentando peças como o atacante Mazinho, autor do gol que abriu o placar para o Palmeiras na semi da Copa do Brasil de 2012, diante do Grêmio.

YPIRANGA

O clube de Erechim aposta no trabalho do treinador Luizinho Vieira. O técnico costuma jogar de forma propositiva, principalmente utilizando-se de linhas altas para pressionar o adversário. Nesta linha, o Ypiranga aposta em um elenco jovem que, na sua grande maioria, é formado por atletas entre 23 e 25 anos. O clube anunciou reforços como os atacantes Jefferson, ex-Remo, e Rodrigo Carioca, ex-Tombense-MG.

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895