Acomodações sob protocolos

Acomodações sob protocolos

Peões, técnicos e fiscais que terão de pernoitar no parque serão alojados em estruturas preparadas para cumprir as exigências sanitárias da Secretaria da Saúde

Para acomodar 150 peões e servidores da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) na fase de chegada dos expositores ao Parque de Exposições Assis Brasil, iniciada em 30 de agosto, e durante a 44ª Expointer, que começa no dia 4evai até 12 de setembro, foi instalada uma estrutura temporária com capacidade para 300 pessoas, cumprindo todos os protocolos sanitários de prevenção à Covid-19 exigidos pela Secretaria da Saúde.

Serão 150 quartos, divididos em dois blocos, cada um com capacidade para duas camas, entre as quais será respeitado o distanciamento de dois metros, com garantia de circulação de ar. Cada módulo dos alojamentos contará com um número proporcional de banheiros químicos e espaços com box para banho com chuveiros quentes. Também há uma área de convivência, equipada com cozinha e local para as refeições.

O subsecretário do Parque de Exposições Assis Brasil, Gabriel Fogaça, afirma que, para atender as exigências sanitárias, a Seapdr também decidiu licitar um alojamento para fiscais e técnicos do seu quadro que estão trabalhando no controle de entrada dos animais, entre outras atividades. Até 2019, os fiscais e técnicos eram acomodados em dois prédios dentro do parque, próximos da área reservada à exposição de máquinas e implementos agrícolas.

“Como precisaríamos fazer muitas alterações dentro dos prédios de alojamento, se mostrou mais econômico e prático duplicar a contratação da estrutura temporária”, compara Fogaça. O subsecretário diz que é difícil calcular o total gasto com as acomodações porque elas reúnem itens licitados em vários processos.

Noventa e três servidores, entre técnicos e fiscais agropecuários da Seapdr foram convocados para trabalhar durante a Expointer. No entanto, apenas 54 vão pernoitar no alojamento temporário. O diretor adjunto do Departamento de Defesa Agropecuária (DDA) da secretaria, Henrique Bueno, que acompanhou a montagem das estruturas, que ficam entre os portões 8 e 9, esclarece que os restantes 39 são servidores que moram em Porto Alegre e Região Metropolitana e não têm a necessidade de dormir no parque. De acordo com Bueno, os quartos foram projetados obedecendo o quantitativo de pessoas estabelecido pela Secretaria da Saúde, com duas camas e dois armários, sem o uso de beliches. “A nossa ideia era ter reformado o alojamento fixo dos servidores da secretaria no ano passado, mas em razão da pandemia não se conseguiu operacionalizar este projeto, por dificuldades de contratação de empreiteiras e obtenção de material”, recorda. Antes de o alojamento ser entregue, foi conferida a instalação de dispensadores de álcool em gel e a disponibilidade de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) - máscaras, principalmente - para a segurança dos usuários. A forma como seriam acomodados os funcionários da secretaria no parque durante a Expointer foi motivo de preocupação para a Associação dos Fiscais Agropecuários do Rio Grande do Sul (Afagro) ao longo de agosto. A entidade chegou a emitir nota cobrando do governo o cumprimento dos protocolos de combate à Covid-19. O presidente da Afagro, Pablo Fagundes Ataíde, recorda que nas últimas edições da feira os prédios onde os servidores eram alojados apresentavam condições insatisfatórias, com até quatro pessoas por quarto. “Em 2019, vivemos um problema absurdo, que foi a falta d'água nos banheiros, durante o evento”, relata. O Regulamento da Expointer, publicado pela Seapdr no dia 23 de julho, disciplina o uso dos alojamentos no seu capítulo 14. Pela norma, os servidores da secretaria que pernoitarem na estrutura serão obrigados a assinar um Termo de Responsabilidade de que seguirão rigorosamente os protocolos sanitários e que não receberão visitantes no local. No caso das acomodações dos peões, a ocupação dos quartos é organizada em conjunto com a Federação Brasileira de Criadores de Animais de Raça (Febrac). As associações que reservarem vagas e não ocuparem estarão sujeitas a uma multa de R$ 113,49 por acomodação. O horário de silêncio nos dois módulos instalados pela secretaria tem início às 22h, com proibição total de qualquer atividade que gere aglomeração.

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895